Frentes se reúnem com Renan para entregar manifestos contra o golpe

No dia da instalação da comissão do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, os líderes das das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo entregaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), centenas de manifestos pela democracia e contra o golpe, exigindo que a democracia prevaleça e pelo acesso à Casa por parte dos movimentos, que foi vedado na Câmara por Eduardo Cunha.

Frentes se reúnem com Renan para entregar manifestos contra o golpe

Participaram do encontro os líderes do MST, João Pedro Stedile, do MTST, Guilherme Boulos, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Adilson Araújo, a presidenta da UNE, Carina Vitral,além de senadores do PT e do Rede Sustentabilidade.

Carina Vitral, em declaração à Mídia Ninja, contou como foi a reunião no Senado: 

O presidente da CTB, Adilson Araújo, considera que a reunião foi positiva, "Renan reafirmou que o Senado está permanentemente cumprindo seu papel institucional e que fará o máximo para garantir a previsibilidade democrática, para ele, o debate em questão não pode ser partidarizado. Ressalto que o seu posicionamento foi importante, sobretudo, por enxergar que dará atenção aos movimentos sociais, respeitando a garantia do acesso á casa do povo. Quanto aos direitos da classe trabalhadora, Calheiros afirmou que não é admissível atropelar as conquistas dos últimos anos. Os movimentos sociais deixaram bem claro na reunião que não aceitarão um governo ilegítimo e que as vozes das ruas vão falar mais alto em defesa da democracia e contra o Golpe", avalia o líder sindical.

Erros do passado

Calheiros afirmou que "o Senado já cometeu equívocos ao longo da história"."Toda vez que o Senado se apressou a tomar decisões, de uma forma ou de outra, nós tivemos que fazer uma revisão da própria história". 

O presidente do Senado salientou que se empenhará para permitir a presença dos movimentos sociais nas votações que ocorrem no Senado – o que não ocorreu na Câmara. Ele afirmou também que não se pode "partidarizar" o debate sobre o impeachment de Dilma e destacou que teve com a presidente, nos últimos anos, uma relação de colaboração. Disse tê-la alertado quando considerou necessário e chegou a apresentar uma agenda anticrise. Mas sinalizou que, em um eventual governo de Michel Temer, não permitirá retrocessos.

"Nós não podemos atropelar conquistas do governo nos últimos anos", defendeu, ao sugerir a necessidade de se discutir mudanças na regulamentação dos trabalhos dos terceirizados. "Se for o caso de nós termos um governo temporário, eu terei com o governo temporário a mesma relação que tive com a presidente Dilma, de independência, mas de colaboração com aquilo que significar o interesse nacional", destacou Renan. 

Mobilização contra o golpe 

Além da mobilização para um grande primeiro de maio, que será marcado pela luta contra o golpe, os movimentos sociais estão em intensa mobilização contra o impeachment. O MST está promovendo grandes marchas pela democracia e também pela Reforma Agrária em todo país. Já a UNE, pretende realizar uma grande paralisação nacional nas universidades na próxima quinta-feira (28).