Rui Falcão: Golpe é comandado por um traidor

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que o vice-presidente Michel Temer "comanda o golpe" contra a presidente Dilma Rousseff e prepara um conjunto impopular de medidas, que incluem a "supressão de direitos civis e sociais, de privatizações e de entrega do patrimônio nacional a grupos estrangeiros".

Rui Falcão - Paulo Pinto

Falcão participou do seminário “Democracia e Justiça Social” da Aliança Progressista, uma rede de partidos e organizações de todo o mundo. O evento, que acontece em São Paulo, nesta segunda-feira (25), contou ainda com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente nacional do PT afirmou que não haverá trégua e nem respeito a um governo usurpador, caso o golpe avance no Senado. Para ele, o chamado impeachment é gestado em uma aliança do grande capital, da direita e da grande mídia para chegar ao poder depois de serem derrotados por quatro eleições consecutivas.

“Esses mesmos grupos antes recorriam aos quartéis”, afirmou ele. “Estão gestando um Estado de exceção no interior do Estado Democrático de Direito”, completou.

Ele lembrou que Temer traiu a presidenta Dilma Rousseff e que quem conduziu o processo até agora, Eduardo Cunha, é réu no STF. "Comanda o golpe o vice-presidente da República, que registra 1% de intenção de voto, caso passasse pelo teste das urnas. E que acumula nas pesquisas uma rejeição próxima de 80%. Traidor de sua colega de chapa, contra a qual conspira abertamente, Temer já anunciou um programa antipopular, de supressão de direitos civis e sociais, de privatizações e de entrega do patrimônio nacional a grupos estrangeiros", afirmou.

Rui Falcão reforçou que a oposição acusa o PT de causar dano à imagem do país no exterior mas, segundo ele, o que causa dano é o “circo de horrores” protagonizado no dia 17 por aqueles que defendem o impeachment na Câmara.

“O PT jogará todas as suas energias para deter a aventura golpista”, disse ele, reforçando o caráter conservador do governo golpista articulado por Michel Temer, com a mudança de regras de concessão do petróleo para favorecer as petroleiras estrangeiras, além de promover cortes em gastos sociais. O programa de Temer, chamado de “Uma Ponte para o Futuro”, é, na verdade, um “túnel para o passado”.

Para Rui, a direita nunca aceitou a revolução social promovida pelo PT desde 2003, com a ascensão social de 40 milhões de brasileiros, as cotas nas universidades entre muitos outros avanços promovidos pelo governo.