Liderança do PTB de Jovair, Gim Argello é preso pela Lava Jato

O ex-senador do PTB, Gim Argello foi preso preventivamente nesta terça-feira (12), em Brasília, na 28º fase da Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido propina em troca de sua atuação política em CPI's que investigavam a Petrobras, informou o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR). Ele foi líder do PTB no Senado, mesmo partido do relator Jovair Arantes, que teve parecer aprovado pela Comissão de Impeachment na Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (11).

O ex-senador Gim Argello do PTB

Segundo o MPF-PR, a prisão do ex-senador foi autorizada após terem sido recolhidas provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme depoimento do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa, em delação premiada, à força-tarefa da Lava Jato.

Argello teria orientado o empreiteiro a destinar o dinheiro na forma de doações eleitorais aos diretórios nacionais de quatro partidos indicados por ele: DEM (R$ 1,7 milhão), PR (R$ 1 milhão), PMN (R$1,15 milhão) e PRTB (R$1,15 milhão). Em 2014, as siglas integravam uma coligação com o PTB, partido pelo qual o ex-senador tentava a reeleição.

O MPF-PR disse ter comprovado o depósito do dinheiro nas contas dos partidos por meio de recibos. Em 2014, Ricardo Pessoa não foi convocado para depor nem na CPI da Petrobras no Senado, nem na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou a estatal. Gim Argello integrou ambas.

Outro indício contra o ex-senador foi encontrado no celular do executivo Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, apreendido ainda na 7ª fase da Operação Lava Jato.

Os procuradores dizem ter recolhido ainda outras provas que corroboram o pagamento de propina, tais como registros de ligações telefônicas e reuniões.

Gim Argello responde ainda por apropriação indébita, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em seis investigações no Supremo Tribunal Federal. O ex-senador enriqueceu muito desde que entrou na política do Distrito Federal, tendo seu patrimônio alcançado um bilhão de reais em 2009.

Abaixo a lista de investigações contra ele:

Inq 2724
Crimes contra o patrimônio, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva
Data de autuação no STF: 28/05/2008

Inq 3059
Crimes da Lei de licitações (com parecer da PGR pelo recebimento da denúncia)
Data de autuação no STF: 07/12/2010

Inq 3570
Crimes eleitorais
Data de autuação no STF: 06/12/2012

Inq 3592
Peculato
Data de autuação no STF: 25/01/2013

Inq 3723
Corrupção ativa e peculato
Data de autuação: 01/08/2013

Inq 3746
Lavagem de dinheiro
Data de autuação no STF: 14/08/2013