Deputados cearenses confirmam voto contra impeachment

Na semana decisiva em que a Câmara dos Deputados votará o relatório apresentado na Comissão Especial sobre o impeachment da presidenta Dilma, deputados cearenses se declararam contra.

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Histórico defensor das causas populares e militante de esquerda, Chico Lopes (PCdoB) reforça que seu voto vai além de ser “contra o golpe e a favor da democracia”. “Votaremos contra as tentativas casuísticas da direita de voltar ao poder desrespeitando as eleições e a vontade soberana do povo brasileiro. Votaremos contra o retorno de uma ditadura. Votaremos pela liberdade, pelo direito à expressão, pelas conquistas sociais, contra o conservadorismo, contra o autoritarismo, contra a intimidação e o medo. Votaremos a favor do Ceará e do Brasil. Votaremos não ao golpe e sim ao povo brasileiro”.

O deputado federal José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, também ratifica seu posicionamento diante do risco de retrocesso pelo qual o país passa. “Não há fundamento, base jurídica ou fato determinado para o pedido de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados. Fazer impeachment, só porque a oposição está com raiva do governo, sem fundamento ou base legal, é um fetiche mal feito”, avalia.

Ariosto Holanda (PDT) enumera diversos motivos para apoiar o governo de Dilma e votar contra o impeachment, dentre eles o apoio aos projetos voltados à Educação. Para o parlamentar cearense, as chamadas “pedaladas” não constituem crime de responsabilidade fiscal. “Mas a razão maior que me leva a ser contra o impeachment é a de pensar que, com esse ato, estaremos entregando a Presidência ou vice-presidência da República ao Eduardo Cunha, que hoje responde no Conselho de Ética por crimes comprovadamente cometidos”, reitera.

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Nesta segunda-feira (11/04), serão retomadas as discussões na Comissão Especial que analisa o relatório do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), que se posiciona favoravelmente à abertura do processo de impedimento da presidenta Dilma. Segundo o rito, os trabalhos seguem com a palavra dos líderes dos partidos, sem questões de ordem, pedidos de adiamento de votação, nem retirada da votação de pauta.

Em seguida acontecerá nova apresentação da defesa, a cargo do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Só então os 65 parlamentares membros da Comissão partirão para a votação do parecer do relator.

A partir da votação da Comissão Especial, seja qual for o resultado, o parecer seguirá para o plenário da Casa, onde será apreciado por todos os parlamentares, com votação prevista para começar na próxima sexta-feira (15/04).