Dez por cento dos gastos militares globais poderia acabar com pobreza
Os gastos militares mundiais aumentaram 1% em 2015, primeiro aumento anual em quatro anos, anunciou, esta semana, O Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo, que ao mesmo tempo estimou que 10% desses gastos poderiam cobrir os custos dos objetivos globais que visam terminar com a pobreza e a fome em 15 anos.
Publicado 08/04/2016 16:34
O Instituto de Estocolmo afirmou que os gastos militares alcançaram quase 1,7 trilhão de dólares no ano passado, com os Estados Unidos sendo de longe o responsável pela maior fatia, apesar dos seus gastos terem caído 2,4% para 596 bilhões de dólares.
"Isso dá algum tipo de perspectiva que pode permitir que as pessoas vejam qual é o custo de oportunidade envolvido em gastos militares globais”, afirmou Sam Perlo-Freeman, do instituto de Estocolmo, à Fundação Thomson Reuters.
"Isso pode provocar algum debate, embora nós certamente não estamos esperando um corte de 10% em gastos militares”, disse. “Isso se trata da política desses países.” Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que um número estimado de 800 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza e sofrem com a fome. Estados frágeis e atingidos por conflitos são os que têm maiores índices de pobreza.
O instituto disse que os gastos militares equivaleram a 2,3% do produto interno bruto global e que 10% disso seria suficiente para financiar os objetivos globais das Nações Unidas para terminar com a pobreza e a fome até 2030.
Além dos Estados Unidos, que encabeça a lista dos países que mais gastam com guerras, a China ocupa o segundo lugar na lista das nações que tem maiores gastos militares. A Arábia Saudita passou a Rússia para assumir a terceira colocação. E a Grã-Bretanha ficou em quinto.