Chico Lopes questiona relatório do impeachment e critica Cunha 

“O relatório não tem a mínima base na realidade e desconsidera todos os fatos citados pela Advocacia Geral da União”, avalia Chico Lopes. “É uma jogada pra plateia, neste momento de união de forças conservadoras, partidos de direita, setores da imprensa e do Judiciário contra a decisão democrático do povo brasileiro. Inclusive pondo em risco o Estado de Direito e a própria democracia”, diz o deputado sobre o relatório apresentado pelo deputado Jovair Arantes, aliado de Cunha.

O parlamentar alerta que a ligação do relator com aqueles que defendem o golpe – impeachment mesmo sem crime de responsabilidade – permitia antever qual seria o teor do relatório apresentado nesta quarta.

“O que vemos é a continuidade de um processo em que a democracia, a legalidade e os reais interesses da nação são ignorados pelo deputado Eduardo Cunha e por sua bancada, que estão promovendo tentativa de impeachment apenas por interesse pessoal. Além do desejo pelo poder, agem motivados por vingança, como a bancada do governo se recusou a defender Cunha no Conselho de Ética, como denunciou segunda-feira o advogado geral da União”, acrescenta Lopes.

Sociedade atenta

Para o deputado federal comunista, a sociedade brasileira está atenta, consciente e não vai se deixar levar pelo discurso dos que querem apenas retomar o poder, ignorando as eleições e a democracia, a vontade popular.

“Todo mundo sabe que, infelizmente, Cunha tem maioria nesta comissão especial de tentativa de golpe. A verdadeira luta vai se dar no plenário, e com certeza a bancada da democracia vai sair vitoriosa, impedindo o golpe”, ressalta o deputado Chico Lopes.

“O que não pode ficar esquecido é a situação do senhor Eduardo Cunha, que manipula todos os processos nesta casa, age descaradamente em sua própria defesa, altera regras e prazos ao bel prazer, aplica dois pesos e duas medidas: uma para ele, outra para os adversários”, enfatiza Chico Lopes, criticando a mais recente medida baixada por “sua alteza Eduardo Cunha”, tentando impedir a manifestação de servidores do Congresso Nacional sobre o contexto político.

“Isso só mostra o autoritarismo de Eduardo Cunha, sua forma de pensar e o que aconteceria com o Brasil caso ele e seus colegas chegassem ao poder, mesmo com todos os seus problemas com a Justiça e a opinião pública. Entraríamos em uma onda de conservadorismo e autoritarismo sem precedentes”, alerta o deputado.