Em defesa do SUS e da democracia, CNS realiza atos dia 7
No dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quinta-feira, dia 7 de abril, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) vai realizar atos pelo Brasil em defesa da democracia. São aproximadamente 100 mil conselheiros no país operacionalizando cinco mil conselhos. O presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos, lembrou que o direito à saúde, previsto na constituição de 88, é ”irmão gêmeo” da retomada do processo democrático no Brasil.
Por Railídia Carvalho
Publicado 05/04/2016 18:11
O ato de Brasília prevê um grande abraço ao prédio do Ministério da Saúde e aguarda a presença e ex-ministros da pasta nos mandatos do ex-presidente Lula e do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff. O atual titular da saúde, Marcelo Castro (PMDB), é esperado na manifestação.
Na opinião de Ronald, “a lógica neoliberal não comporta a possibilidade de você tratar com a participação popular algo que o mercado regularia”, afirmou o presidente. "Na realidade neoliberal os conselhos seriam limados".
Ele observou também que está na rua a campanha pelo retrocesso dos direitos sociais, como flexibilização das leis trabalhistas, reforma da previdência, desvalorização do salário mínimo.
O presidente do CNS citou ainda a fala do economista Eduardo Giannetti, que em evento recente em São Paulo, teria colocado a constituição de 88 como responsável por problemas estruturais do país.
“O SUS surge junto com a retomada da democracia com a constituição de 88: A saúde passou a ser um direito de todos e um dever do Estado. Inclusive, um dos princípios que foi consagrado na constituição, é o seu funcionamento ter como base a questão da democracia participativa através dos conselhos, da participação da comunidade, além de romper a lógica da saúde enquanto mercadoria, enquanto produto e elevar a saúde à condição de direito de cidadania”, completou Ronald.
“A gente tem hoje políticas inclusivas para toda a população e que atingem um segmento que nunca teve direito. Nossa luta é manter isso. A gente entende que os princípios do SUS devem permanecer como estão lá, escritos na nossa constituição. Apesar de a gente ainda não ter conseguido implementar, a nossa luta é não deixar retroagir, é avançar. Com a ameaça do estado perder o processo democrático a gente perde o estado de direito”, analisou Maria.
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