Comitê Pró-Democracia é lançado para barrar o golpe
Organizações sociais, sindicais e estudantis lançaram nesta segunda-feira (28) o Comitê Pró-Democracia no Congresso Nacional. O grupo fará uma série de atividades pelo Brasil para pressionar os parlamentares em favor da democracia e denunciar a tentativa de golpe do Ministério Público, do Judiciário e de setores da oposição.
Por Iberê Lopes
Publicado 28/03/2016 18:55
Parlamentares, organizações da sociedade civil e servidores do Congresso Nacional lançaram nesta segunda-feira (28) o Comitê Pró-Democracia. Reunidos na entrada do Anexo II da Câmara dos Deputados, entidades e autoridades falaram da necessidade da defesa do Estado Democrático de Direito e da ausência de provas para o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“O impeachment é constitucional. Mas quando ele é feito sem nenhuma razão presente na Constituição, sem que esteja caracterizado claramente o crime de responsabilidade, o impeachment deixa de ser legal e passa a ser golpe”, declarou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), representando a bancada comunista no Congresso Nacional no lançamento do Comitê Pró-Democracia.
O caráter golpista é evidente na formação da comissão que analisa o impedimento de Dilma na Câmara, pela ausência de implicação direta da presidenta, complementou a senadora Vanessa Grazziotin, que é líder do PCdoB no Senado. Integrante da Comissão Especial do Impeachment, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) enfatizou a importância de incentivar as mobilizações populares contra o golpe no país.
Publicado por Vanessa Grazziotin em Segunda, 28 de março de 2016
A intenção do Comitê é ampliar a luta nos mais diferentes espaços de poder e regiões do país, em defesa da democracia. Atos como os realizados no dia de hoje serão replicados para sensibilizar a população sobre os riscos de um golpe institucional em andamento. E denunciar os que desejam chegar ao poder sem o respeito ao calendário eleitoral.
Para o integrante do movimento “Universidade pela Democracia” e diretor de Relações Institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, esta é uma iniciativa de toda a sociedade e da comunidade universitária para formar opinião e intervir nos debates sobre a crise política que o país atravessa. “Nós estamos mobilizados, dentro e fora do Congresso Nacional, nas universidades, defendendo o direito conquistado com muito suor e sangue pelos estudantes brasileiros.”
O Comitê Pró-Democracia será um instrumento amplo de pressão nas duas casas legislativas para que os parlamentares, membros da Comissão do Impeachment na Câmara dos Deputados, declinem da tentativa de golpear a democracia em um julgamento meramente político. A ideia principal é dialogar em todas as instâncias, como porta-vozes da legalidade.
Para isso, diversas entidades integram o grupo: Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Comissão de Justiça e Paz (DF), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Fora do Eixo, Barão de Itararé, Intervozes, Articulação Justiça e Direitos Humanos (JusDH), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), Renap (Rede Nacional de Advogados Populares) e Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), entre outras; além de representantes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido da Causa Operária (PCO).
Calendário de atividades do Comitê:
– 30/03 – 17h – Salão Nobre – Lançamento da Frente Parlamenta Mista em Defesa da Democracia.
– 30/03 – 18h – Vigília e Ato Interreligioso – Auditório Nereu Ramos.
– 31/03 – 14h – Ato Nacional em Defesa da Democracia – Esplanada dos Ministérios.