Há 40 anos do golpe militar, argentinos marcham pela verdade e justiça
Organismos de Direitos Humanos, movimentos sociais, políticos e sindicatos argentinos marcharão nesta quinta-feira (24) pela “Memória, verdade e justiça” em Buenos Aires, onde o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumpre sua agenda oficial de visita ao país.
Publicado 24/03/2016 09:33
Milhares de argentinos se mobilizarão na Praça de Maio, tradicional palco de manifestações, para relembrar as vítimas da última ditadura militar argentina, que durou de 1976 a 1983.
As protagonistas da manifestação são as Avós e as Mães da Praça de Maio, que iniciaram a busca por seus filhos e netos desaparecidos há mais de 30 anos. A ditadura argentina foi uma das mais sanguinárias do continente, o país tem cerca de 41 milhões de habitantes e ainda restam 30 mil desaparecidos vítimas do regime de exceção.
Além da manifestação pela abertura dos documentos da ditadura para esclarecer os crimes cometidos neste período, os manifestantes também rechaçam as medidas neoliberais do presidente Maurício Macri. Os kirchneristas anunciaram que marcharão sob o lema “sem direitos não há democracia”.
A expectativa é que mais de 500 mil pessoa participem da manifestação que fará uma homenagem às vítimas da ditadura e exigirá a punição dos responsáveis civis e militares. A jornada tem um motivo a mais para ganhar as ruas com tanta força: a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Isso porque, foi o país norte-americano que impulsionou o golpe dado por José Rafael Videla, denominado Plano Condor.
“Os Estados Unidos são responsáveis pelos golpes de Estado na América Latina durante a década de 70”, disse o prêmio Nobel da Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel.
Desde a chegada de Obama no país, na terça-feira (22) de madrugada, a população argentina se organiza em passeatas e piquetes para demonstrar o rechaço à presença do presidente ianque.