Publicado 23/03/2016 15:49
Os recursos serão aplicados no diagnóstico, controle vetorial, pesquisas sobre o zika vírus, vacinas, tratamentos e inovação em gestão de serviços de saúde, saneamento e de políticas públicas. Em cerimônia no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff explicou que 93% desses recursos serão aplicados até 2018, ao final de seu mandato.
Além desse montante, aproximadamente R$ 500 milhões serão disponibilizados em forma de crédito para desenvolver novas tecnologias por meio de instituições como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), explicou a presidenta. Ou seja, o combate ao mosquito, à dengue, zika e chikungunya pode ter até R$ 1,2 bilhão.
“Estamos investindo em tecnologia para combater o mosquito. A diretora-geral da OMS [Organização Mundial de Saúde], Margareth Chan, destacou, de forma enfática, a necessidade de termos sistema de diagnóstico próprio”, disse Dilma.
A presidenta ressaltou que a Fiocruz já esta trabalhando no teste de identificação dos três virus, o que vai melhorar os custos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela contou que fez o teste. “Trata de furar o dedo, assim como exame de diabetes, e dá em poucos minutos se você teve ou tem o vírus. Dá as duas informações. É um teste rápido, efetivo, que agora terá de ser certificado. Não teve problema nenhum eu fazer o teste, porque é só uma agulhinha que fura o dedo”, contou.
A presidenta ressaltou, entretanto, a importância das pesquisas brasileiras sobre o zika vírus e as parcerias internacionais sobre o tema. Mas neste momento, reiterou, enquanto ainda não há vacina para o zika, é indispensável combater o mosquito. “Reitero o pedido de 15 minutos por semana para fazer a vistoria em sua própria casa. Enquanto não temos a vacina, essa é a única forma de combater esse mosquito. Vamos mostrar que um mosquito não é mais forte que um país inteiro”, disse.
Edital
Durante a cerimônia, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou que já na próxima semana será lançado edital liberando R$ 20 milhões para projetos contra o mosquito e as doenças por ele transmitidos, que poderão ser solicitados por todo e qualquer pesquisador do País.
Do total de 649 milhões, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai investir R$ 198,2 milhões. Haverá ainda recursos dos Ministérios da Saúde e da Educação, além da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (R$ 156 milhões) para o financiamento de iniciativas em desenvolvimento, produção e comercialização de tecnologias.
O total de investimentos será dividido entre as cinco frentes consideradas prioritárias pelo governo para combater o Aedes aegypti e as doenças por ele provocadas, explica o MCTI.
1) Diagnóstico: serão investidos recursos para o desenvolvimento de tecnologias para o diagnóstico do zika vírus, dengue e febre chikungunya, com testes sorológico e molecular, e no aperfeiçoamento de metodologias diagnósticas dos agravos decorrentes dessas três doenças, com aperfeiçoamento de protocolos e novas tecnologias.
2) Controle vetorial: serão aplicados recursos em novas estratégias integradas para controle do vetor e desenvolvimento, aprimoramento e avaliação das tecnologias de controle, como o mosquito estéril, geneticamente modificado, com a bactéria Wolbachia, entre outras.
3) Pesquisas sobre o zika vírus e sua relação com doenças e agravos: serão investidos recursos no desenvolvimento de modelo animal e in vitro para estudo, pesquisa da biologia do zika na infecção humana e no ciclo animal.
4) Vacinas e tratamentos: serão aplicados recursos em pesquisas e desenvolvimento de vacinas e tratamentos para as enfermidades.
5) Inovação em Gestão de Serviços de Saúde, de Saneamento e de Políticas Públicas: serão aplicados recursos para o desenvolvimento de ações inovadoras para serviços de saúde, saneamento e políticas públicas para o combate ao mosquito e doenças relacionadas.