Luciana Santos destaca luta do PCdoB para derrotar o golpismo
A situação política atual e os desafios do PCdoB na luta para derrotar o golpismo foi o centro da fala da presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE) no segundo dia do Encontro Nacional do "Fortalecer o PCdoB nas Eleições Municipais de 2016", que prossegue neste sábado (12), em Brasília. Luciana também falou sobre a tática e o projeto eleitoral dos comunistas para as eleições municipais de 2016.
Publicado 12/03/2016 12:04
“Apesar as dificuldades existentes, é possível superarmos a atual crise econômica. O elemento essencial para o retorno ao crescimento econômico e a distribuição de renda é a derrota das forças golpistas e a conquista de uma maior estabilidade política”, anunciou a dirigente comunista, para quem “a crise política é o principal fator de desestabilização da economia".
Ela avalia que o cenário político dos últimos dias voltou a ganhar contornos dramáticos. “A aparente recuperação da iniciativa política vista na primeira semana de retorno dos trabalhos legislativos foi, mais uma vez, interrompida pelas ações midiáticas da Operação Lava Jato, que ampliaram o cerco ao ex-presidente Lula e aproximam as investigações em direção à presidenta Dilma.”
E, repetindo o que disse na abertura do encontro, há dias que valem por anos, destacando que as forças de oposição e os excessos do Juiz Sergio Moro e da Operação Lava Jato, colocaram o país em um estado de confrontação e alta tensão política.
Diante da situação, que foi detalhada pela dirigente comunista, inclusive sobre os impactos econômicos dela, Luciana disse que “é hora de resistir as manobras golpistas, e encontrar caminhos de convergência entre amplas forças nacionais na defesa do Brasil, da democracia e do legado construído na última década.”
E enfatizou que “não adianta a oposição usar de sofismas – todas as ações que visem a saída da presidenta, Dilma Rousseff, legitimamente eleita para cumprir o mandato de quatro anos, não tem outro nome que não seja o de golpe.”
E alerta para o risco de que essas ações levem ao desmonte do sistema político de representação constituído a partir da reconquista democrática. “Chama a atenção a fala do Juiz Sergio Moro, na última quarta-feira (9) onde afirma que ‘não vai se mudar o nosso sistema político e a nossa cultura se nós formos esperar essas mudanças dos nossos partidos e dos nossos governos’”, destacou.
E, para enfrentar a crise, além da defesa da democracia, a presidenta nacional do PCdoB enumerou uma série de medidas que devem ser adotadas para a retomada do crescimento. E citou, entre outras, a adoção de uma política de redução gradativa da taxa de juros, a estabilização da taxa de câmbio em torno de R$ 4 a R$ 3,8, avançar na implementação dos acordos de leniência, retomar o plano de concessões em infraestrutura, ampliar a política de exportação de nossos produtos e adotar políticas e medidas visando à geração e à proteção do emprego.
Batalha eleitoral
Sobre a batalha eleitoral de outubro de 2016, que acontece dentro desse cenário de grande instabilidade política no país, em que 5.570 municípios vão eleger seus prefeitos e vereadores, Luciana Santos destacou a ampla fragmentação partidária – com 36 partidos em funcionamento – como mais um agravante no cenário eleitoral.
Para o PCdoB, segundo Luciana, “o eixo principal de acumulação de forças será vencer eleições majoritárias nas grandes cidades, com segundo turno eleitoral ou com mais de 100 mil habitantes.” Ela enfatizou que a eleição de 2016 é parte decisiva da batalha eleitoral que o PCdoB irá travar em 2018.
As novas regras eleitorais também foram destacadas como desafios a serem enfrentados. Nas eleições municipais deste ano, não será permitido financiamento empresarial nas campanhas, o tempo de campanha na televisão foi reduzido e as regras e condições para prestação de contas exigem atenção redobrada.
A “janela partidária”, que permite trocas de partidos sem perda de mandato, até 18 de abril, também vai alterar a disputa eleitoral deste ano. Para Luciana Santos, as novas regras podem ser positivas para o PCdoB, porque a campanha que tiver militância e ação de massas terá um grande diferencial.
As redes sociais e a internet também terão um papel central. Em pesquisa recente 87% dos internautas brasileiros dizem que usaram Facebook, Twitter ou WhatsApp nos últimos 12 meses para ler sobre temas políticos ou sociais, lembrou Luciana Santos.
Após falar sobre as mudanças nas regras eleitorais, Luciana Santos anunciou a edição do Manual da Campanha Eleitoral, elaborado pelo Partido e disponibilizado na internet para consultas.
Modo do PCdoB de governar
O PCdoB é um partido que sabe governar, tem mostrado isto. Nestes 30 anos de vida democrática, o PCdoB vem ganhando experiência na administração e gestão pública. Tivemos experiências exitosas em governos municipais, estamos desenvolvendo uma excelente experiência de transformação no Estado do Maranhão. Ela também citou o caso de Olinda, que o PCdoB administra há 16 anos, tendo ela mesma sido prefeita de cidade por dois mandatos.
E destacou que as cidades, onde as pessoas vivem e onde buscam a solução para seus problemas, tem inúmeros problemas e grandes dificuldades financeiras. “Frente a estes desafios de conduzirmos as cidades, é imprescindível a existência de programas de governo, de ação planejada e controlada, de participação e diálogo com a população”, sugeriu.