Vídeo desmonta manipulação de procuradores da Veja contra Lula
Os procuradores de São Paulo que pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula demonstram que para eles não há limites quando o assunto é incriminar. Uma das alegações do grupo seria uma possível violação de ordem pública apontando trechos das declarações do ex-presidente à imprensa na sexta-feira (4) e também um vídeo divulgado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) em que Lula aparece ao fundo, no telefone, conversando com a presidenta Dilma.
Publicado 11/03/2016 10:31
Em vídeo que circula nas redes socias demonstra a manipulação grosseira dos procuradores ao interpretar o vídeo. Segundo eles, Lula teria dito: “eles que enfiem no c… todo este processo”. Mas ao contrário, no trecho da citada imagem, Lula afirma: “eles que enfiem no c… o acervo presidencial”.
“O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Lula não tem qualquer base legal que o sustente. Não passa de um amontoado de inconsistências coroadas pelo item 127, que trata de vídeo por mim gravado”, afirmou a deputada comunista em nota.
Ela ressalta que a fala captada pela vídeo não foi um conversa com o ex-presidente. “Ele também não se dirigia ao público, não se tratava de uma coletiva; Lula estava entre amigos, desabafando sobre as ilegalidades cometidas contra ele quando, para tranquilizar a militância, gravei um vídeo sem a intenção de captá-lo, o que acabou acontecendo sem seu conhecimento”, disse Jandira, frisando que “indignação não é crime” e que “o uso do vídeo mostra a má fé e a falta de qualquer prova contra ele”.
Ao distorcer a frase, o procurador da Veja, Cássio Conserino, disse que essa conduta ofensiva ao sistema de Justiça “que se ajustam à violação da garantia da ordem pública”. No entanto, como se vê no vídeo, Lula não se refere ao sistema Judiciário, mas ao acervo presidencial.
Além disso, pedido de prisão contra Lula é repleto de contradições. Ora os procuradores da Veja dizem que o ex-presidente é um cidadão como qualquer outro. E em outros momentos usam o cargo ocupado por Lula para dizer que ele não poderia agir como agiu.