Chico Lopes critica denúncia “requentada” do MPF-SP contra Lula
Uma denúncia "requentada", já devidamente desmentida e que põe em xeque a isenção de integrantes do Ministério Público Federal de São Paulo interessados em expor o presidente Lula. Assim o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) avalia a denúncia apresentada nesta quarta-feira (9), pelo Ministério Público Federal de São Paulo, contra o ex-presidente, ainda pelo alegado "caso triplex".
Publicado 10/03/2016 09:50
Para Chico Lopes, "causa estranheza o fato de a suposta denúncia ter sido objeto de publicação de matéria na revista Veja ainda em janeiro e só agora ser formalizada pelo MPF-SP."
"O ex-presidente Lula, que na última sexta-feira (4) foi vítima de um atentado contra seus direitos fundamentais de cidadão, ao ser levado para depor mediante mandado de condução coercitiva sem a menor necessidade, agora volta ao noticiário com mais um fato desnecessário. Uma denúncia já desmentida por ele em detalhes, inclusive por escrito, tanto para a Justiça, quanto para o Ministério Público e ainda para a imprensa", aponta o deputado.
"Para que novamente apresentar denúncia contra algo pelo qual o ex-presidente já respondeu? O imóvel citado como base para a denúncia sequer pertence ao ex-presidente. Como pode ser motivo de denúncia contra ele?", questiona Chico Lopes.
O parlamentar enfatiza ainda que, conforme os advogados de Lula vêm enfatizando, a ânsia pela apresentação de denúncias e factoides contra o líder operário responsável pela inclusão social de 40 milhões de brasileiros é tão grande que causou até mesmo uma superposição de intervenções do Ministério Público.
"Não por acaso, os advogados do Lula pediram que fosse definida qual a instância do Ministério Público competente para eventuais investigações. Não é possível que o País assista o tempo todo novos movimentos contra um ex-presidente respeitado internacionalmente, enquanto nada há de consistente nas denúncias, enquanto casos escabrosos, como o helicóptero com drogas, a venda das estatais brasileiras na era FHC, as viagens de Aécio Neves para o Rio de Janeiro pagas pelo povo de Minas Gerais, o envolvimento de vários tucanos na Operação Lava Jato, permanecem sem nenhum destaque, sem nenhuma demonstração de empenho da Justiça ou do Ministério Público quanto a esses casos", compara o deputado.
Atingir Lula
"Fica estranho tudo isso para a opinião pública. Fica parecendo que o real objetivo é apenas atingir Lula, o PT, a coligação de partidos populares e progressistas que dão apoio ao governo Dilma e que construíram nos últimos 12 anos as maiores e mais profundas mudanças sociais da história do Brasil", relaciona Chico Lopes.
"Fica parecendo que o objetivo é político: é desestabilizar o governo Dilma e tirar Lula do páreo em uma eventual candidatura em 2018. Mas, ao contrário do que pensam alguns, todo esse movimento contra o ex-presidente Lula só faz confirmar a dimensão profunda das mudanças sociais no Brasil e a luta de setores conservadores da sociedade contra elas”, avalia o parlamentar.
Segundo ele, “o tiro pode sair pela culatra, fortalecendo Lula ainda mais como um homem querido pelo povo, um líder que deixou um grande legado e muita saudade na população e que pode, por que não, voltar a ser presidente em 2018, caso seja essa a vontade popular", complementa o deputado.