Pronatec terá 2 milhões de vagas em 2016
Nova etapa do Programa contemplará 372 mil pessoas em cursos técnicos e 1,627 milhão em cursos de qualificação profissional. O fortalecimento do Pronatec EJA, destinado a jovens e adultos que interromperam seus estudos, é um dos destaques deste ano.
Publicado 09/03/2016 19:42
Um dos principais instrumentos de incentivo à educação profissional no Brasil teve nova fase anunciada na manhã desta quarta-feira (9). A etapa 2016 do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) tem como meta oferecer 2 milhões de vagas somente neste ano. 372 mil delas serão destinadas a cursos técnicos e 1,627 milhão a cursos de qualificação profissional.
A presidenta Dilma Rousseff, que fez o anúncio oficial junto ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, salientou o alcance e a importância do Programa. “Nós decidimos desde o início que investir em educação técnico-profissional era uma exigência. Uma exigência para que o País pudesse ter uma nova característica no próximo ciclo econômico. Estamos criando não só um caminho de oportunidade para milhões de brasileiros e brasileiras, estamos criando um caminho para o próprio Brasil.”
Desde que foi criado, em 2011, o Programa já ofertou mais de 9 milhões de oportunidades. Mas de acordo com o Ministério da Educação (MEC), esta etapa tem um diferencial: o fortalecimento do Pronatec EJA (Educação de Jovens e Adultos). A ideia é que os jovens e adultos que interromperam seus estudos também tenham a oportunidade de participar. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), são 81,8 milhões de brasileiros com mais de 18 anos que não concluíram o ensino médio, e 58 milhões que não fizeram o fundamental.
Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), trata-se da valorização da busca pelo conhecimento e dos próprios indivíduos. “Essa é uma grande vitória para o ensino profissionalizante. O programa resgata gerações que perderam o passo no binômio série-idade e reforça o aluno que está fazendo seu curso regular e que pode, ao mesmo tempo, se direcionar ao mercado de trabalho.”
São duas modalidades de cursos, os de curta duração (de 3 a 6 meses) e os profissionalizantes (de 1 a 3 anos), que poderão ser associados ou não ao ensino médio. Com o avanço da tecnologia, o acesso ao estudo também foi diversificado. O MEC fará parcerias com TVs públicas para oferecer uma plataforma on-line de qualificação profissional. Os estudantes também poderão optar pelo e-Pronatec, que permite estudar à distância, de acordo com a própria disponibilidade, por meio de plataformas digitais, simuladores, animações e outros métodos de aprendizagem na internet, na TV Escola e em demais canais educativos, ofertados principalmente pelos institutos federais e pelo Sistema S (Sesc, Senat, Senai, Senac e outros).
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego também é estratégico para que o Brasil possa superar este momento de dificuldade, como aponta o deputado Wadson Ribeiro (PCdoB-MG). “O Pronatec contempla duas questões importantes: a necessidade de o País formar mão de obra mais qualificada e a possibilidade de propiciar que pessoas com mais de 18 anos tenham a formação escolar casada com a formação técnica. É o caminho prioritário, é a grande porta para retomar o desenvolvimento.”
Ampliar o alcance do Pronatec é valorizar a educação enquanto política de Estado e enxergar seus desdobramentos. O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), que passou por uma das instituições promotoras do Programa, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), destaca isso com clareza. “Fui aluno da instituição, professor e sou incentivador do ensino profissionalizante para todas as classes sociais. Foi um anúncio emocionante entre tantas pautas negativas. Afinal, ter uma profissão abre portas para uma compreensão maior do papel de cada indivíduo, seja no dia a dia, na economia ou na política.”