Carlos Augusto Patinhas: crescimento da direita preocupa o PCdoB

Coordenador do Departamento Nacional de Quadros do PCdoB, Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, disse em entrevista ao Diário do Nordeste estar preocupado com o crescimento do pensamento conservador e de direita no País, que estará mais presente nas próximas eleições, tanto nos candidatos quanto no eleitorado.

Patinhas

Segundo o comunista, o pleito municipal deste ano será termômetro para a disputa presidencial em 2018, quando terminará o ciclo Lula-Dilma e as demais legendas trabalharão com vistas aos seus próprios interesses.

Patinhas tem participado do trabalho nacional do partido de organização da legenda nos estados e municípios e viajado no intuito de avaliar a situação da legenda comunista em cada região do Brasil. De acordo com ele, percebe-se uma ofensiva por parte da direita no País, tendo como foco o Partido dos Trabalhadores (PT), mas atingindo a todos os partidos alinhados à esquerda. "O PCdoB teve um destaque através de sua bancada, mesmo pequena, mas ofensiva. O PCdoB está em processo de crescimento, e temos recebido filiações de pessoas vindas do PT, PSB e PDT, e neste ano teremos nosso maior projeto eleitoral no âmbito municipal".

A legenda pretende lançar candidatos a prefeito em seis capitais: Macapá, Belém, Natal, Salvador, Sergipe e Belo Horizonte, e em outras cidades médias com mais de 300 mil habitantes. "Devemos ter resultado satisfatório, mas essa eleição é inédita. Você não sabe como vai ser o comportamento do eleitorado. Tem pré-campanha, mas é muito curta, e o PCdoB procura defender suas posições, com visão de amplitude, buscando alianças e procurando fortalecer esse bloco de esquerda", disse.

Golpe

Em suas palavras, é preciso "encontrar uma saída para deter as tentativas de golpe". Ele se refere às investidas da oposição em dar prosseguimento a um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em segundo lugar, para o dirigente, é preciso retomar o crescimento econômico do País. "Não é uma questão fácil devido a instabilidade pela qual o Brasil vem passando".

Para Carlos Augusto Diógenes, os problemas localizados é que vão ser mais expressivos durante a disputa eleitoral de outubro. "A questão de que se vai ter ou não renovação, é possível, sim. Mas outro dado é que por ser uma eleição muito curta, quem é conhecido vai sair em vantagem", avaliou.