China comemora primeiro ano de reforma do futebol
A China realizou um seminário no domingo (28) para marcar o primeiro ano da reforma que estabeleceu um padrão para o futebol chinês.
Publicado 29/02/2016 12:49
Cai Zhenhua, diretor da Associação de Futebol da China (CFA, em inglês), apontou os avanços em exatamente um ano após um grupo para aprofundar reformas da China, liderado pelo presidente Xi Jinping, ter aprovado planos para fazer reformas no esporte.
Os avanços incluem a separação da CFA da Administração Geral dos Esportes (AGE) e o rápido desenvolvimento das escolas de futebol e a indústria do esporte.
A China aboliu na semana passada o órgão governamental de administração sobre futebol – Centro Administrativo de Futebol da China – um dos 21 departamentos de esportes do país, deixando mais espaço para a CFA tomar decisões em administração de pessoal, fixação de remuneração, marketing e seleção de treinadores de seleção nacional.
Apesar dos grandes recursos investidos no esporte, a seleção masculina nacional da China está à beira da eliminação da Copa do Mundo de 2018.
A China, no terceiro lugar no grupo de qualificação para o evento na Rússia em 2018, enfrenta as Maldivas em casa em 24 de março e o Catar em 29 de março. A seleção chinesa está atrás de Catar e Hong Kong na tabela de classificação do grupo, tendo conseguido apenas dois empates.
"Aproveitaremos os últimos dois jogos da eliminatória com maior determinação e confiança", disse Cai, acrescentando que o desempenho da seleção nacional não é a única referência para desenvolvimento do futebol.
Ofensiva no exterior
Desde o ano de 2011 os clubes chineses passaram a contratar talentos, na tentativa de difundir mais o esporte no país. Isso provocou uma verdadeira revoada de jogadores de vários países em direção ao país asiático.
Embora não tenha um campeonato atraente sob o ponto de vista técnico, verdadeiras fortunas foram capazes de levar quase meio time do atual campeão brasileiro, o Corinthians, que perdeu quatro de seus onze titulares para o futebol chinês. Renato Augusto, Jadson, Ralf e Gil foram ganhar salários que variam de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões mensais.
Só do Brasil já há mais de duas dezenas de profissionais jogando nas duas principais divisões. O país também tem entre os seus treinadores os dois últimos técnicos da seleção brasileira: Mano Menezes e Felipão. Além de Wanderlei Luxemburgo, que comandou o Brasil entre 1998 e 2000.
O time que mais tem brasileiros é o Guangzhou Evergrande, atual pentacampeão da Superliga Chinesa. A equipe dirigida por Felipão conta com Ricardo Goulart, Paulinho e os atacantes Alan, ex-Fluminense, e Elkeson, ex-Botafogo.
Além dos brasileiros, há 77 jogadores estrangeiros na liga chinesa. Somados aos mais de 30 da segunda divisão, são 113 estrangeiros atuando no país. Entre eles, alguns nomes conhecidos do futebol brasileiro como Conca, Montillo e Barcos.
A ação já rende frutos, o campeonato principal do país já tem uma média de público superior a 22,1 mil pessoas por partida, cinco mil a mais que o campeonato brasileiro de 2015.