Resultado parcial aponta empate técnico em referendo na Bolívia

A chamada contagem rápida – feita com base no resultado apurado de algumas mesas – divulgada pela empresa Moris na noite deste domingo (21) indica que o “não” venceu o referendo por 51% dos votos, contra 49% do “sim”. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, a diferença configura um empate técnico. A participação popular foi superior a 80%.

Referendo na Bolívia - Reuters

Diante da pequena margem de vantagem do “não” e dada a dificuldade de se computar o voto nas áreas rurais, onde analistas apontam que o “sim” teria vantagem, o cenário permanece incerto. Os resultados oficiais deverão ser divulgados no prazo máximo de sete dias.

Após a divulgação dos dados, o ministro da Autonomia, Hugo Siles, ressaltou que se trata de “um empate técnico” e que ainda não é possível falar em derrota, aconselhando que se espere os dados finais.

García Linera

“Confiamos que os resultados serão favoráveis, mas vamos esperar o resultado”, afirmou o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, na noite deste domingo. Com dados da votação de 2014, ressaltou, em entrevista coletiva concedida a veículos internacionais em La Paz, o fato de as empresas de pesquisa “sempre chegarem próximo ao resultado, mas os dados finais no fim diferem em alguns pontos” do que é divulgado após a votação.

Isso porque, de acordo com Linera, tais empresas não levam em conta o voto no exterior, nem o de comunidades longínquas e periféricas do país. Como exemplo, mencionou que na votação presidencial de outubro de 2014, as pesquisas apontaram uma vitória de Evo com 59%, mas o resultado oficial foi de 61%.

Assim, de forma confiante, considerou que “é muito provável” que ocorra algo parecido. De acordo com o político, somente os votos de Brasil e Argentina, que contam com uma grande comunidade boliviana e onde o “sim” ganhou com cerca de 80%, impactam o resultado final em 0,5 ponto favoravelmente ao governo.

De acordo com a empresa Ipsos, o “sim” venceu em Oruro, La Paz e Cochabamba, enquanto o “não” esteve à frente dos demais seis departamentos.

A consulta foi impulsionada por movimentos sociais bolivianos que defendem que Evo governe o país até 2025. Reeleito em 2014, o mandatário terminará sua gestão em 2019 e, caso não vença, não poderá concorrer novamente.