Acampados e assentados ocupam Incra em Goiás por reforma agrária
Cerca de 800 acampados e assentados de Goiás, ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg) estão em protesto, desta esta segunda-feira (15), no pátio da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Goiânia. Os trabalhadores e trabalhadoras rurais afirmam que não sairão da unidade até serem recebidos pela diretoria do órgão.
Publicado 16/02/2016 11:32
Os manifestantes reivindicam medidas que agilizem a reforma agrária em Goiás, além de cobrar políticas públicas que beneficiem a produção e a comercialização da agricultura familiar. Os trabalhadores rurais pedem celeridade na obtenção de terras e no encaminhamento dos processos parados no Incra, além da regularização de parcelas, a titularização dos lotes da reforma agrária, crédito e fomento para assentados e vistorias em terras que já foram designadas para a Reforma Agrária.
Outra demanda importante, segundo Luiz Pereira Neto, diretor de Política Agrária da Fetaeg, é o pleno funcionamento do Programa Nacional do Crédito Fundiário em Goiás, que depende da Unidade Técnica Estadual (UTE). “O programa está parado no Estado porque as UTEs não funcionam. Com isso, os trabalhadores rurais são cada dia mais prejudicados, porque não conseguem se estabelecer na terra, não produzem e não comercializam”, afirma.
Luiz Neto também critica o andamento da reforma agrária. “Temos famílias acampadas por todo o Estado há anos, aguardando serem assentadas. Já fizemos o requerimento de várias propriedades rurais, mas os processos estão travados no Incra. Tentamos o diálogo com os representantes estaduais do órgão várias vezes, mas nada foi resolvido”, explica.
Presidente da CUT-GO, Mauro Rubem esteve no Incra apoiando a ação da Fetaeg e segue para Brasília (DF) nesta segunda-feira (15), onde pretende acompanhar reunião do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sobre ocupações e também solicitar que a presidenta nacional do Incra, Maria Lúcia Falcón, receba a direção da Fetaeg. Enquanto isso, Luiz Neto afirma que, se for preciso, os trabalhadores ficarão na unidade do Incra-GO até chamarem a atenção da diretoria nacional do órgão.