Parlamentares repudiam factoides da mídia contra Lula
Parlamentares manifestaram repúdio contra as ilações e factoides lançados pela grande imprensa com apoio de grupos ligados à instituições como Ministério Público e Polícia Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Publicado 03/02/2016 11:15
Para o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), novo líder da bancada comunista na Câmara dos Deputados, há uma tentativa de desconstruir a imagem de Lula, que é um ícone da política brasileira. “É um símbolo de êxito com perfil que expressa a maioria do nosso povo. Veio de baixo, projetou-se e tem uma contribuição para a política e para o país reconhecida dentro e fora do Brasil”, enfatizou o parlamentar.
“Assistimos com profunda tristeza a tentava de descontruir essa liderança. É um desserviço à política. Essa tentativa é justamente por conta de tudo de positivo que a figura do Lula tem. Setores da elite não aceitam que gente do povo possa cumprir o papel que o Lula tem cumprido no país”, sublinhou.
Para ele, é lamentável que grupos de instituições respeitáveis do Judiciário “estejam envolvidas num processo como esse”. “Condenar sem absolutamente nenhum fato é algo criminoso”, destacou o deputado comunista, enfatizando a diferença de enfoque que a mídia faz com Lula e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Contra Eduardo Cunha existe fartos elementos e fatos concretos a respeito de seu comportamento. Do Lula só existe suposições, ilações. Vi uma matéria está semana que diz que a casa de Atibaia era do Lula porque há anos alguém publicou matéria afirmando que era do Lula e ele não desmentiu. Nunca tinha vista alguém apresentar como fonte de verificação uma matéria jornalística e ainda dizer que ele tem a obrigação de desmentir e, ao não fazê-lo, se torna uma verdade. Isso é uma deturpação”, disse.
Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), os ataques contra o ex-presidente Lula fazem parte de uma “articulação do aparelho do Estado brasileiro com a grande imprensa”.
“Tudo isso mostra que o Estado de Direito está sob gravíssima ameaça a partir do comportamento de determinado servidores públicos, localizados no Judiciário, na Procuradoria, Ministério Público e na Polícia Federal, associado a grandes órgãos de imprensa”, pontuou.
O senador Jorge Viana usou a tribuna do Senado para repelir a ação de inquisição da imprensa. Para ele, qualquer pessoa deve prestar contas, especialmente os que ocuparam cargos públicos, mas lembrou que o que acontece é comparável a uma verdadeira caçada contra o ex-presidente e sua família, que revela que alguns agentes públicos estão mais interessados em atender a interesses políticos do que em cumprir os seus deveres funcionais.
“Eu tenho vergonha de não ter um único cidadão no Judiciário que levante a voz contra isso. Esses conselhos de controle do Judiciário são uma vergonha, porque fazem parte de uma corporação que sempre diz amém às versões colocadas por aqueles que, por terem passado no concurso público, o que é mérito, querem destruir a vida de alguém e podem fazer isso à vontade neste país”, criticou.
O também senador Lindbergh Farias, por sua vez, pontuou que irregularidades envolvendo políticos do PSDB jamais são apuradas ou divulgadas, o que mostra a seletividade de parte da imprensa e de autoridades públicas. “É tucano, não investiga?! A gente tem que acabar com essa história no Brasil de que tucano não é investigado. Pau que bate em Chico, bate em Francisco. É isso o que tem que acontecer”, disse.
A senadora Gleisi Hoffmann classificou as investigações sobre o patrimônio do ex-presidente Lula como “linchamento público” e que seus opositores aplicam a “sistemática da inquisição” para tentar destruir o adversário.
O senador Humberto Costa pediu respeito à biografia de Lula, que, para ele, sofre com os “egos cheios de vaidade” de seus opositores.