Receita aponta 13 bancos suspeitos de lavagem na Lava Jato
Segundo matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira (11), “a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, investiga qual foi o papel de um grupo de bancos privados em crimes financeiros envolvendo contratos avaliados em US$ 15 bilhões entre o grupo Schahin e a Petrobras”.
Publicado 11/01/2016 16:20
A notícia de que há uma investigação contra bancos envolvidos em ilegalidades parece boa. Mas apesar do título afirmar que “Lava Jato investiga 13 bancos por crime de lavagem de dinheiro”, o órgão que fez a investigação foi a Delegacia da Receita Federal em São Paulo.
Segundo o jornal, a Receita levantou os detalhes das transações consideradas suspeitas que indicam o envolvimento de grandes e médias instituições financeiras privadas. A Receita Federal listou as instituições pela ordem de atuação como banco credores e coordenadores.
Entre os credores, que liberaram financiamentos, estão Itaú BBA, Bradesco, o inglês HSBC, o espanhol Santander, Votorantim, Bonsucesso, Fibra, ABC Brasil, Bic, Pine, Tricury e Rural (hoje em liquidação extrajudicial).
Já entre os bancos coordenadores, que, além de emprestar o dinheiro, também atuavam nas negociações das condições dos empréstimos, estão Itaú BBA, Votorantim e HSBC.
Havia também, segundo a Receita, o chamado banco administrativo, fiduciário e colateral, que fazia a administração das contas, que ficou a cargo do banco alemão Deutsche Bank.
Para a Receita, a atuação dos bancos os qualificam como “coautores” do crime de lavagem de dinheiro, isso porque os bancos criaram uma estrutura para emprestar e receber dinheiro em paraísos fiscais que, ao final, abriu espaço para dar “aparência lícita” a dinheiro que poderia ter sido obtido em operações ilegais no Brasil, como fraude a licitações e sonegação fiscal, realizadas entre o grupo Schahin e a Petrobras.
O levantamento das informações foi feito pela delegacia regional da Receita no Estado e as conclusões foram encaminhadas a procuradores da República do Ministério Público Federal em São Paulo.
No entanto, os dados foram reenviados ao Ministério Público Federal no Paraná, porque se entendeu que o caso tem relação com as investigações da Lava Jato. Agora, caberá ao órgão local avaliar se vai instaurar inquérito contra os bancos. O que vocês acham?