Violência em ato contra aumento da tarifa vira espetáculo na mídia
Bombas, corre-corre e depredação estão nas manchetes dos principais veículos de comunicação do Brasil neste início da noite de sexta (9) relatando a violência registrada no ato que aconteceu em São Paulo contra o aumento da tarifa. A Globonews transmitiu ao vivo as cenas de violência. Até as 20h os atos do Rio de Janeiro e Belo Horizonte aconteciam de forma pacífica, portanto, não deram manchete.
Publicado 08/01/2016 21:08
Em São Paulo, a União Brasileira de Estudantes (Ubes) registrou, por volta das 19h30, o início da confusão no facebook: “polícia inicia ataque contra manifestantes e atira bombas de gás. O acesso ao metrô Anhangabaú, no centro, permanece fechado e uma das jornalistas da Ubes permanece neste momento encurralada no Terminal de ônibus Bandeira”.
O Padre Júlio Lancelotti, presente à manifestação, presenciou as cenas de violência. "Era uma manifestação legítima, com muitos jovens, lutando por uma cidade mais justa e mais fraterna. E se vê a violência da polícia, a negligência, a truculência. Estamos ouvindo as bombas que eles jogam por cima do povo.", disse às redes sociais do Jornalistas Livres.
O movimento social esteve amplamente representado no ato. Em São Paulo, antes do confronto com a PM, a presidenta da União Paulista de Estudantes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, reforçou a necessidade de os estudantes irem pra rua contra o aumento da tarifa.
“A qualidade do trem, do metrô e do busao não condiz com o preço que a gente paga. A gente não vai deixar isso acontecer, vamos continuar na rua pra expandir o passe estudantil para o estudante e hoje a gente sai contra o aumento da tarifa e pelo passe livre”, declarou Angela.
Belo Horizonte e Rio de Janeiro
Na capital mineira os manifestantes contra o aumento da tarifa fecharam as ruas centrais da cidade. Segundo os manifestantes o ato reuniu aproximadamente 500 manifestantes.
“Estamos indo para a rua para questionar o aumento de 30% em pouco mais de um ano que é bem acima do salário do trabalhador. Queremos a revogação da tarifa", afirmou o estudante de Direito Thalles Sales, de 20 anos, vice-presidente do diretório estadual dos estudantes e integrante do coletivo Juntos
A subsecretária de política social da secretaria estadual de Direitos Humanos, Ana Penido, veio com uma equipe para acompanhar a manifestação. "Não estamos aqui para controlar a Polícia Militar (PM). Como a secretaria de direitos humanos é instrumento do Governo estadual, nossa tarefa é intervir se necessário como mediadores de conflitos para construir soluções. A PM tem a tarefa de garantir o direito de ir e vir dos cidadãos, respeitando a manifestação que é um direito legitimo", afirmou.
Também no Rio de Janeiro integrantes do Núcleo de Direitos Humanos e da Defensoria Pública do Estado do Rio acompanharam a manifestação. Os manifestantes também ocuparam as ruas do centro caminhando no sentido da central do Brasil, onde encerraria o ato.
Agressões inexplicáveis
Um vídeo registrou o início da repressão policial. Ainda no início da manifestação em São Paulo, quando os estudantes se concentravam próximo ao Teatro Municipal, a presidenta da UNE, Carina Vitral, convocava para a manifestações e, inexplicavelmente, inicia a repressão policial, com bombas lançadas contra os manifestantes.
Veja o vídeo: