Fitmetal recebe registro sindical e fortalece luta dos metalúrgicos
Nesta quinta (7) a federação interestadual dos metalúrgicos e metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) teve publicada no Diário Oficial da União a obtenção do registro sindical junto ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Por Railídia Carvalho
Publicado 07/01/2016 19:48
Com seis anos de vida, 400 mil trabalhadores filiados e com representatividade nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e Pernambuco, especialmente no setor automobilístico, a Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal) fortalece a luta classista dos trabalhadores brasileiros.
“A expectativa vem desde o final do ano passado. Foi um processo demorado mas que coroou a nossa batalha pela legalização”, declarou o presidente da entidade Marcelino Rocha.
Leia abaixo na íntegra a entrevista que ele concedeu nesta quinta ao Portal Vermelho
Na prática, o que significa para a Fitmetal a obtenção do registro do ministério do Trabalho e Previdência Social?
Já tinhamos a legitimidade política mas faltava a legalidade institucional. Agora a Fitmetal estará presente nos debates dos grandes temas ligados ao setor industrial brasileiro e vai intervir com a sua representatividade.
Quais os principais desafios dos metalúrgicos na atual conjuntura?
Cabe ao filiados da Fitmetal impulsionar ainda mais a necessidade de uma política de industrialização no Brasil. Chegamos ao menor índice de participação no produto interno bruto brasileiro. Em 1970 tínhamos quase 30% no PIB e na última aferição foi de 9% nossa participação. Não existe nenhum país no mundo que se desenvolva sem uma indústria forte.
Como você avalia o ano de 2015?
Tivemos muitos problemas nas campanhas salariais. Onde obtivemos sucesso foi em Camaçari, na Bahia, quando conseguimos até aumento real. Logo em seguida, a Ford ameaçou os trabalhadores com mais de duas mil demissões. Foi um ano de muita resistência com muitas dificuldades com aumento do desemprego no setor industrial, com destaque para o setor naval que teve forte retomada no governo Lula mas não se repetiu no último mandato de Dilma. Com o advento do lava jato os trabalhadores pagaram o preço.
Quais os desafios dos metalúrgicos para o próximo ano?
Primeiro é continuar a luta em defesa da democracia. Depois fazer um planejamento das ações já que estamos em ano eleitoral e os sindicatos dirigidos pela Fitmetal terão partipação ativa no processo para barrar qualquer possibilidade do crescimento da direita mais reacionária. Outro desafio é eleger metalúrgicos nas câmaras municipais para ampliar a voz na defesa dos operários do Brasil e unificar as lutas com as demais entidades seja Confederação da CUT, Força. Queremos desenvolver uma agenda comum em defesa da redução de juros e em defesa de uma política que privilegie o desenvolvimento com geração de emprego e aumento da distribuição de renda.
Como os metalúrgicos vêem os primeiros movimentos do governo Dilma em 2016?
Começamos o ano de 2015 com muitas preocupações diante dos ajustes que foram feitos mas fechamos o ano com muita esperança a partir da medida provisória do acordo de leniência que pode fazer com que se retome alguns setores em particular o naval. Combatemos o retrocesso da política contra o povo brasileiro, implementada pelo presidente da câmara com as ações unitárias no dia 16 de dezembro. Esse dia trouxe novas expectativas para 2016 porque a crise política quase inviabilizou a economia brasileira. Estamos na defesa do mandato da presidenta Dilma exigindo um outro rumo que aproxime o mandato dos trabalhadores. Vimos com boa perspectiva a retomada do PAC com ênfase na construção civil e principalmente o acordo de leniência.