Movimentos sociais estão otimistas com a retomada do crescimento

Iniciativas como a retomada de um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que poderá ser anunciada ainda este mês, e a Medida Provisória sobre o acordo de leniência, assinada no final de 2015, configuram uma agenda positiva para o Brasil rumo à retomada do crescimento. A opinião é do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Adilson Araújo.

Por Railídia Carvalho

Adilson Araújo e presidenta Dilma - CTB

O dirigente da CTB observou que ambas as medidas fazem parte do documento “Compromisso pelo Desenvolvimento”, iniciativa das centrais de trabalhadores e das entidades patronais, que começou a ser construída em novembro de 2015, para superar a crise econômica e os impactos sociais provocados no país, como os altos índices de desemprego.

“O governo encerra o ano de 2015 e começa 2016 com agendas importantes para destravar setores da economia prejudicados pela Operação Lava Jato e retomando o investimento em infraestrutura. São medidas emergenciais sugeridas pelo ‘Compromisso pelo Desenvolvimento’, que se negou a aceitar passivamente que este ano estaria perdido. A presidenta tem respondido positivamente a este compromisso”, ressaltou Adilson.

Após encontro realizado em dezembro com trabalhadores e empregadores, a presidenta Dilma Rousseff assinou medida provisória que institui o acordo de leniência. Segundo esta medida, empresas investigadas pela Operação Lava Jato que colaborarem com a Polícia Federal e o Ministério Público poderão voltar a contratar com o poder público.

Infraestrutura

De acordo com reportagens divulgadas nesta segunda (4), fontes da Presidência informaram que Dilma deve consultar movimentos e parlamentares aliados para anunciar um pacote de medidas pela retomada do crescimento com atenção para o investimento em infraestrutura. Entre as políticas beneficiadas estaria a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida.

“O governo precisa ter fôlego para sair da crise. Esse movimento é importante para pautar o debate na sociedade, que está contaminada pelo discurso do ódio”, disse Adilson.

Segundo ele também é necessário a alteração da política macroeconômica do governo. “A mudança deve também reduzir a taxa de juros, promover a liberação dos créditos. Sem confiança o empresário não vai investir para gerar emprego”, completou o sindicalista.

Adilson lembrou também que 2016 será um ano sem descanso. “Ainda estamos no meio de uma longa crise econômica mundial que se abate sobre o Brasil. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) lembrou que em 2016 teremos mais desemprego em todo o mundo que em 2015. Por isso será um ano de luta permanente, sem descanso”, finalizou.

Prioridade

A presidenta da Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conan), Bartíria Costa, disse que o movimento de luta por moradia está na expectativa de que neste início de ano possa haver algum anúncio da retomada do Minha Casa, Minha Vida 3.

Segundo Bartíria, em reunião realizada no segundo semestre de 2015 entre os movimentos e a presidenta, Dilma disse que o projeto deveria ser tratado com muito cuidado para não ser prejudicado pela crise e que se trata de um dos projetos fundamentais do governo dela.

“A possibilidade da retomada agora é uma boa notícia para o movimento. Estamos buscando consolidar as conquistas e aprimorar o projeto que ainda é pequeno para a grande demanda que temos”, avaliou Bartíria.