Frente Brasil Popular prepara nova marcha contra o golpismo
Dando sequência à onda que toma conta do Brasil em defesa da democracia e denunciando um golpe que já se encontra em curso no país, com as tentativas da direita em promover a ingovernabilidade e o processo de impeachment, a Frente Brasil Popular, que reúne dezenas de movimentos sociais, lideranças políticas e a sociedade civil organizada, planeja realizar uma nova marcha, em Brasília, no início do ano.
Publicado 27/12/2015 13:05
No próximo dia 18 de janeiro, o grupo se reunirá em São Paulo para definir o cronograma das manifestações de 2016.
“Temos obrigação de colocar pelo menos 100 mil pessoas na Esplanada”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador-geral da Central de Movimentos Populares (CMP). Segundo ele, o objetivo é pressionar os congressistas para que barrem o processo.
A Frente Brasil Popular se reuniu com a presidenta Dilma na última quinta-feira (17). O grupo, formado por cerca de 60 lideranças dos movimentos sociais, além de personalidades, intelectuais e artistas como o teólogo Leonardo Boff, o ex-ministro Roberto Amaral e os cantores Chico César e Tico Santa Cruz, manifestou a defesa da democracia contra o golpismo da direita conservadora.
As manifestações organizadas pela Frente no dia 16, em defesa da democracia, contra o golpe e pela deposição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ocorreram em todo o país, foram mais fortes e reuniram mais pessoas do que os atos pró-impeachment que aconteceram três dias antes. Em São Paulo, mais 100 mil pessoas participaram do ato, segundo organizadores da manifestação.
Os atos puxados por setores da direita ocorridos no último dia 13, apesar das tentativas da mídia hegemônica em inflá-lo, foram esvaziados e reuniam palavras de ordem pelo regresso da ditadura militar e a favor do impeachment de Dilma Rousseff, que foi eleita democraticamente presidenta da República nas últimas eleições.
Além de fazer a defesa da democracia e denunciar um processo de golpe em andamento no país, a Frente Brasil Popular também cobra que o governo Dilma se alinhe às demandas da classe trabalhadora, mudando, principalmente, a política econômica. “O chamado ajuste fiscal tirou direitos dos trabalhadores e paralisou a economia”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, em um artigo escrito na semana passada.