Extrema direita sofre derrota nas eleições francesas

O partido de extrema direita francês Frente Nacional, de Marine Len Pen, não conseguiu vencer em nenhuma região na eleição de domingo (13), uma grande derrota para a política, que pretendia se tornar uma candidata presidencial em 2017.

Idoso coloca voto em urna na França

O segundo turno das eleições regionais, no qual os conservadores ganharam sete regiões e os socialistas cinco, não foi uma vitória real para nenhum dos dois partidos principais, abalados pelo crescente apelo da extrema direita junto a eleitores desiludidos.

Surfando na onda de medo imposta pelos recentes ataques terroristas, o que fez aumentar sobremaneira a xenofobia, a Frente Nacional ganhou mais eleitores nacionalmente do que qualquer outro partido no primeiro turno, na semana passada.

"Não há lugar para alívio ou triunfalismo", disse o primeiro-ministro Manuel Valls, um socialista. "O perigo imposto pela extrema direita ainda não foi embora, longe disso", alertou.

Marina, que esperava usar o poder regional para impulsionar suas chances nas eleições presidenciais de 2017, perdeu por uma grande margem no norte de França. Ela disse que os partidos haviam "conspirado" para manter a Frente Nacional fora do poder.

Já o republicano Xavier Bertrand, que venceu Marina na região de Nord-Pas-de-Calais-Picardie, afirmou que a França havia dado “uma lição de fazer campanha junto, de coragem”. “Aqui nós paramos o progresso da Frente Nacional”, disse.

O aumento no comparecimento às urnas na comparação com o 1º turno, foi outra razão para a derrota da FN.

A Frente Nacional aumentou sua votação no segundo turno, apesar de não ter vencido em nenhuma região. No dia 6 de dezembro o partido havia conquistado 6,02 milhões de votos e chegou a 6,8 milhões. Mas o percentual de votos teve queda, de 27,73% para 27,36%. Os Republicanos aumentaram sua votação de 26,65% para 40,63%, e os Socialistas foram de 23,12% para 29,14%. Os números se referem ao quadro de votação com 98% das urnas apuradas.

As eleições elegeram os chamados conselheiros e presidentes de regiões nas 13 regiões francesas. Eles têm poderes sobre transporte local, educação e desenvolvimento econômico. Os Republicanos venceram em sete regiões e os Socialistas em cinco. Na região da Córsega, a vitória ficou com os nacionalistas.