Dilma: Vou lutar com toda força contra a interrupção do meu mandato
Em um discurso firme e determinado, a presidenta Dilma Rousseff reafirmou seu compromisso com o Brasil e disse que a única justificativa para o pedido de impeachment, feito na semana passada contra seu mandato, é a vontade de alguns de ter um atalho para chegar à Presidência da República, e não pelo voto popular.
Publicado 08/12/2015 09:31
“Não há nenhum justificativa para que isso ocorra”, afirmou ela, na cerimônia de abertura da 10ª Conferência Nacional de Assistência Social nesta segunda-feira (7), em Brasília.
"Quero dizer que nós vivemos um tempo muito estranho. É um tempo em que tem muitos que lutam como vocês diuturnamente para que esse país seja cada vez um pais mais desenvolvido. […] E há um pequeno grupo que acha que o 'quanto pior, melhor' é o melhor caminho. O quanto pior pra nós, quanto melhor pra eles. Mas nós temos força suficiente para lutar contra isso", disse.
"Os golpes não constroem harmonia, a unidade, nem constroem a pacificação necessária para os países e os povos nações avançarem. Pelo contrário, geralmente o que os golpes constroem é o caos e deixam feridas e marcas profundas", completou.
A presidenta garantiu que lutará com todas as suas forças por um Brasil que respeite as instituições e construa a estabilidade para voltar a crescer o mais rapidamente possível. "Vou lutar com todas as minhas forças para que a gente tenha um Brasil que respeite as instituições, que constrói a estabilidade. Vou lutar contra o processo de interrupção do meu mandato", ressaltou.
Sobre as justificativas apresentadas para o pedido de impeachment, Dilma rebateu: “Uma parte do que me acusam é de ter pago o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Paguei, sim! Mas nós pagamos com dinheiro do povo brasileiro. Não foi empréstimo que pagou o Minha Casa Minha Vida, foi o dinheiro legítimo dos tributos pagos pelo povo desse país”, disse ela a mais de mil trabalhadores e usuários da assistência social, representantes de governo dos município, dos estados e da União e participantes de delegações de todo o país.
O objetivo da conferência é avaliar a prestação dos serviços no Brasil e propor avanços para o Sistema Único da Assistência Social (Suas). Dilma lembrou que, no início de 2011, assinou a lei que instituiu o sistema como uma política de Estado. E, hoje, ele está em quase 100 % dos municípios.
A presidenta agradeceu a colaboração de todas as delegações e lembrou que, apesar dos grandes avanços, é preciso aprimorar os serviços de assistência pública. No entanto, hoje o País construiu uma tecnologia de inclusão social capaz de atender milhões de brasileiros que estavam à margem das riquezas nacionais.
Atualmente, graças a essa política, existem oito mil Centros de Referência de Assistência Social (Cras), pouco mais de 2 mil Centros Especializados e 16 mil entidades de assistência social. “Isso vocês podem ter certeza, não é só uma conquista, mas também a garantia de que não vamos voltar atrás. Que não vamos retroceder. Até porque, não só nós aqui, no governo, vamos lutar, mas porque vocês não vão deixar”, enfatizou.
A presidenta acrescentou ainda que, graças a essas tecnologias de inclusão social, o Brasil chegou a 30 milhões de pessoas atendidas nesse sistema Suas. “Hoje, são 14 milhões de famílias no Bolsa Família. Vocês se lembram que falavam que o Bolsa Família era o ‘Bolsa Esmola’? Que tinha só equívocos, porque incentivava as pessoas a não trabalhar. A realidade é completamente outra. O Bolsa Família talvez seja o exemplo melhor de igualdade de oportunidades”.