PT declara estado permanente de mobilização em defesa da Dilma
Reunidos em São Paulo nesta sexta-feira (5), a Executiva Nacional do PT, além de outras lideranças do partido, como presidentes de diretórios estaduais, deputados, representantes da Fundação Perseu Abramo, além de líderes de movimentos sociais discutiram o processo de impeachment contra a presidenta Dilma.
Publicado 05/12/2015 15:54
A reunião extraordinária havia sido convocada para decidir o destino do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), mas o impeachment roubou o foco da reunião.
A Executiva do partido declarou que se manterá em estado permanente de mobilização na luta pelo mandato da presidente Dilma Roussef e que o processo de impedimento não tem qualquer embasamento jurídico.
"Claro que não é mais o assunto principal", afirmou o membro da Executiva, Carlos Árabe, integrante da corrente Mensagem ao Partido – segunda maior dentro do PT. Para Árabe, o PT vai tirar uma linha unificada de resposta ao pedido de impeachment que foi deferido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Vamos para a luta contra o golpe que é esse impeachment, pois não tem base legal e no fundo tem projetos de Brasil diferentes. Vamos mostrar a ilegalidade do golpe, porque se ele continuar vamos considerar como golpe", disse Árabe.
A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores se reuniu nesta sexta-feira (4), na sede da legenda em São Paulo, para analisar o atual cenário político. Na pauta, a defesa do governo da presidenta Dilma Rousseff e o apoio de movimentos sociais. Além disso, o PT também analisará a situação o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso semana passada no âmbito da Operação Lava Jato.
Na abertura da reunião, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, reforçou, que o PT travará a “batalha” da defesa da democracia e do mandato de Dilma.
“A defesa da democracia e do mandato conquistado pela presidenta Dilma Rousseff nas urnas é uma batalha que o Partido dos Trabalhadores travará de bom grado. Estamos dispostos a nos mobilizar e eu tenho certeza que isso é uma unanimidade do partido e dos movimentos sociais combativos”, afirmou.
Além de Rui Falcão, participaram do encontro os líderes do PT no Senado e na Câmara dos Deputados, Humberto Costa (PT-PE) e Sibá Machado (PT-AC); a vice-presidenta da legenda, Gleide Andrade; o presidente do PT de São Paulo, Emídio Souza; o secretário de Comunicação da sigla, Alberto Cantalice; entre outros.
O dirigente disse ainda que vai defender que o partido intensifique a pressão pela saída de Cunha da presidência da Câmara. "Quem lidera esse golpe é um cara sobre o qual, hoje, não restam dúvidas de sua condição moral."
Os três integrantes do PT no Conselho de Ética que avalia a representação contra Cunha, Zé Geraldo (PA), Valmir Prascidelli (SP) e Léo de Brito (AC), foram convidados para participar da reunião.
O deputado Paulo Teixeira (SP) – que chegou a protocolar com outros parlamentares um recurso no STF contra a aceitação do pedido de impeachment por Cunha – também reforçou o discurso do partido de que se trata de uma tentativa de golpe. "O presidente da Câmara, que não tem menor condição de presidir a Casa, quer julgar uma pessoa honesta (Dilma), sem elementos jurídicos pra fazê-lo."