Sindicalistas denunciam a violência “invisível” contra a mulher
Nesta terça-feira (1), dia mundial da Luta contra a Aids, representantes do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais realizaram atividades no centro de São Paulo como parte da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Ouvidas pelo Portal Vermelho lideranças presentes falaram sobre a desigualdade no mercado de trabalho como uma violência invisível e apontaram alternativas para a superação desse cenário.
Por Railídia Carvalho
Publicado 01/12/2015 19:29
A secretária municipal de políticas para mulheres (SMPM), Denise Motta Dau, informou que um dos projetos da secretaria para estimular a autonomia econômica nas mulheres é a capacitação na área da economia solidária.
“Temos 10 grupos de mulheres sendo capacitadas em economia solidária e esses projetos serão recebidos pela incubadora da secretaria do Trabalho que vai fomentá-los oferecendo oportunidades reais de trabalho e renda”, exemplificou Denise.
Para ela é fundamental que a autonomia econômica seja potencializada pois significa o real empoderamento da mulher.” Denise lembrou que ainda há uma divisão sexual das tarefas domésticas que interfere nas relações do trabalho. “A mulher se ocupa o dobro do tempo que o homem com tarefas domésticas”, lembrou.
O tema também foi abordado por Maria Auxiliadora dos Santos, secretária nacional da Mulher da Força Sindical. “A independência econômica é fundamental para o empoderamento da mulher. Quando ela depende do homem tudo fica muito mais difícil”, ressaltou.
Na visão da secretária da Força não há violência maior do que a violência doméstica e a mulher ganhar menos que o homem no trabalho. “E existem muitos casos que a mulher não denuncia. O nosso trabalho é intensificar o trabalho de conscientização”, completou.
Gicélia Bitencourt , secretária da mulher trabalhadora da Central de trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) destacou o papel estratégico dos sindicatos no apoio às mulheres vítimas da violência.
“Quando a mulher tem que enfrentar sozinha essa situação fica mais difícil a denúncia mas quando tem o apoio do sindicato a mulher vê uma alternativa”, explicou.
De acordo com ela, a luta pela igualdade de salários tem sido uma questão central porque é uma violência “invisível”. “E faz parte da luta do nosso dia a dia, nas convenções coletivas incluir cláusulas que beneficiem as mulheres”, afirmou.
Agendas positivas
No dia 10 de dezembro acontecerá o lançamento da Casa da Mulher Brasileira na cidade de São Paulo que deverá receber a presença da Eleonora Menicucci, ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres. A casa vai integar no mesmo espaço serviços de atendimento aos diversos tipos de violência contra a mulher.
Para assegurar a presença de no mínimo 30% de mulheres trabalhando nos transportes de São Paulo será assinada no dia 11 uma portaria entre a secretaria de políticas para mulheres e a secretaria municipal de transportes. “É uma área em que predomina a presença dos homens. Agora teremos mais mulheres”, disse Denise.