Lula mobiliza jovens em apoio a Dilma contra "os que não sabem perder"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a juventude, nesta sexta (20), a defender com empenho o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Lula disse que, antes de pensar em 2016 e 2018, é preciso combater as investidas da oposição. "Temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição nos colocou depois das eleições", disse, ao participar do 3º Congresso da Juventude do PT, em Brasília. O ex-presidente criticou os adversários que não aceitam o resultado das urnas.

Lula

“Eles perderam e não souberam perder, o que de mais grave pode acontecer a eles é que, se continuarem com essa ignorância política, podem perder a quinta eleição”, disse Lula.

O petista afirmou ainda que torce para que Dilma consiga aprovar no Congresso as medidas necessárias para equilibrar as contas do país. “O que precisamos ter consciência é que a primeira tarefa é ajudar a companheira Dilma. Deus queira que seja aprovado tudo o que ela [Dilma] quer até o fim do ano para a gente virar a página do ajuste e botar na página do crescimento”, discursou.

Lula afirmou que em diversos momentos de crise na história do Brasil foram os jovens que se apresentaram para dar os primeiros passos. “A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta. Então vocês precisam assumir esse papel de lutar e pensar no futuro do país”, acrescentou. O ex-presidente também disse que o PT tem autoridade para convidar a juventude brasileira para um bom debate, pelo que implementou no Brasil.

Segundo Lula, para o projeto encabrçado pelo PT chegar forte às eleições presidenciais de 2018, deverá conseguir um bom resultado nas eleições municipais do ano que vem. Por isso, pediu à juventude do partido, além do apoio a Dilma, defesa do legado dos governos petistas e maior engajamento na política.

“Muita gente tem raiva quando eu digo a frase ‘nunca antes neste país’ para citar vários avanços, mas é verdade. Por tudo o que foi feito, temos autoridade moral e política para convidar a juventude brasileira para um bom debate, lembrar o que nós fizemos e pensar o futuro. Eu sonho com o dia em que vocês vão falar que vão assumir a construção deste partido e deste país", acentuou.

“Não tem 2018 se a gente não tiver 2016. Precisamos construir 2016”, afirmou o ex-presidente, defendendo que o partido vai fazer uma "surpresa" para aqueles que acham que o PT já acabou.  

Ele defendeu o lançamento de mais candidaturas para a disputa do ano que vem e formação de alianças para governar. Segundo ele, achar que uma única legenda poderia governar tudo sozinha, é uma utopia. "Entre a política e o sonho, entre o meu desejo ideológico partidário e o mundo real da política, tem uma distancia enorme. Precisamos aceitar e fazer alianças, em nome da governabilidade”, colocou.

Lula disse que se preocupa com a “tentativa de setores dos meios de comunicação e da sociedade de induzir a sociedade brasileira a não gostar de política”. Embora sem citar nomes, o ex-presidente afirmou, ainda, que a mídia “trabalha para mostrar que a política está apodrecida. E aí quem tenta resolver possivelmente seja um programa de TV ou um apresentador” – numa menção implícita a apresentadores que concorrem a cargos políticos. Na pré-campanha em São Paulo nomes de jornalistas e apresentadores como Celso Russomanno (PRB), João Dória (PSDB) e José Luiz Datena (PP) aparecem na disputa.

Ele também falou sobre a importância de se preservar o PT e combater os ataques feitos ao partido. “Não se pode permitir que ladrão fique chamando petista de ladrão”, ressaltou Lula.

O ex-presidente também cobrou que a juventude apresente propostas para o país. “Apenas escrever num documento fora Levy ou fora PMDB é muito pouco”, disse, sugerindo que o congresso da juventude se mobilize também neste sentido. “Quero saber qual é a proposta nossa da juventude para a educação desse país. Quero saber o que esse Congresso vai aprovar para a geração de emprego para nossa juventude”, afirmou Lula.

Sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), Lula afirmou que não adianta achar que a a presidenta Dilma sozinha vai implementar. "A engrenagem deste plano é o povo brasileiro que quer uma educação de qualidade".

Em uma crítica à gestão do tucano Geraldo Alckmin em São Paulo, quando lembrou as manifestações de 2013, iniciadas pelo Movimento pelo Passe Livre e o Plano Nacional de Educação (PNE), Lula ironizou: "Enquanto a gente está se matando para construir mais escolas, o governo de São Paulo está fechando".