Movimento de ocupação ganha mais adesão e apoio popular

Após uma semana da primeira escola ser tomada, em Diadema, estudantes de todo o estado seguem firmes em seus colégios e as ocupações aumentam. A medida é resultado do plano de reorganização proposto pelo governo Alckmin, que pretende fechar 93 escolas estaduais. Rejeitado por 59% dos paulistas, a proposta tucana de desmonte educacional vem sofrendo duras críticas por especialistas.

Por Laís Gouveia

Movimento de ocupação ganha mais adesão e apoio popular

No fim da sexta-feira (13), o número de escolas ocupadas chegava a nove. No fim de semana, houve a intensificação das ocupações e algumas vitórias. A Secretaria de Educação recuou e após pressão da comunidade escolar, o colégio estadual Augusto Melega, em Piracicaba, não está mais incluído no pacote de reorganização proposto por Alckmin.

Nesta segunda-feira, segundo informações da Apeoesp, já são 24 escolas tomadas em todo o estado.

A Secretaria de Educação divulgou um documento neste sábado (14), contendo as tentativas do governo do estado em justificar a reorganização escolar. A expectativa de serem divulgadas novas informações sobre a realidade educacional paulista foi frustrada. Todos os dados apresentados já haviam sido revelados anteriormente. Além disso, após a apresentação, especialistas na área de educação criticaram o documento. Ao jornal Estado de São Paulo, o professor da USP Ocimar Alavarse alerta para negócios escusos por trás das ocupações: “tudo indica que são outros interesses. Uma racionalização no sentido de se ter menos professores”.

A Policia Militar segue com o uso da violência e espancou estudantes que tentavam ocupar a Escola Estadual Pedro Alexandrino, na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. Alunos relataram que os policiais deram tapas na cara e bateram a cabeça de alunos contra a parede. Os estudantes só foram liberados após a chegada do diretor.

Apoio da sociedade: Vigílias e atividades culturais

Além do apoio de pais de alunos, entidades estudantis e sindicatos, várias ações culturais estão ocorrendo, no sentido de apoiar a movimentação dos estudantes.

Neste domingo (15), o bloco de carnaval “Pequeno Burguês”, que já vem promovendo ações sociais na região de Pirituba, na grande São Paulo, foi ao colégio estadual Silvio Xavier Antunes apoiar os estudantes ocupados e fazer uma oficina de bateria. 

Bloco de carnaval presta solidariedade aos estudantes que ocuparam colégio 

Nesta segunda-feira (16), o grupo de teatro Galochas vai se apresentar na escola João Kopke, em apoio e solidariedade à luta dos secundaristas. Eles vão fazer algumas cenas do espetáculo “A Revolução das Galochas”. A escola fica na Luz, próxima à estação ferroviária Júlio Prestes.