Contra o desmonte tucano da educação, ocupações de escolas aumentam
O movimento contra o plano de reestruturação escolar, parte do programa privatista tucano que pretende fechar 94 escolas em todo o estado de São Paulo, vem ganhando cada vez mais força e adesão. Já chega a nove o número de ocupações e a tendência é que novos colégios serão tomados durante a semana. Movimentos sociais, estudantes, professores e pais de alunos participam das ações.
Publicado 13/11/2015 13:08
A Escola Estadual Ana Rosa, localizada na Rua Éden, número 100, no bairro de Vila Sônia, zona oeste da cidade, foi ocupada por um grupo de estudantes por volta das 8 horas desta sexta-feira (13). Com isso, segue aumentando a cada dia o número de unidades ocupadas São Paulo em reação à política educional excludente dos tucanos paulistas.
A presidenta da União Paulista dos Estudandes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, tem acompanhado as ocupações e considera que o movimento já é vitorioso. “Na semana que vem, mais escolas serão ocupadas, ou seja, a mobilização está apenas no começo”, afirma.
Nesta quinta-feira (12), o movimento contra a reorganização escolar ganhou forte adesão. Os colégios Salvador Allende, no bairro José Bonifácio, em Itaquera, na zona leste da capital, e Castro Alves, na Vila Mazzei, zona norte. Além dessas, mais três unidades estaduais, a escola Professora Heloísa de Assumpção, localizada em Quitaúna, em Osasco; Valdomiro Silveira, em Santo André, no ABC paulista e a Escola Pio Telles, na zona oeste paulistana, tiveram as dependências ocupadas.
A Escola Estadual Carlos Gomes, em Campinas, é a primeira a ser ocupada no interior do estado. A ação ocorreu nesta sexta-feira (13).
Na noite desta quinta-feira (12), cerca de 200 pessoas que estavam na manifestação contra as medidas de retrocesso do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foram ao colégio Fernão Dias prestar solidariedade aos estudantes. Horas atrás, a Polícia Militar havia agido com violência contra um cinegrafista amador que trabalhava no local.
Logo após a divulgação de uma pesquisa em que 59% dos paulistas desaprovam o plano de restruturação promovida por Alckmin, o governador começou a aparecer em inserções na TV e no rádio tentando convencer a população a aceitar a medida.
A Escola Estadual Diadema, no município de mesmo nome, no ABC paulista, foi a primeira unidade ocupada na região metropolitana. Os alunos se instalaram nas dependências na noite da última segunda-feira (9).
O colégio Fernão Dias, localizado na zona oeste de São Paulo, foi a primeira escola da capital paulista a ser ocupada por estudantes, na terça-feira (10). No local, já foram contabilizadas várias cenas de abuso de violência cometidos pela PM. Na quarta-feira (11), a estudante Sandy relatou ao Portal Vermelho que foi atacada com spray de pimenta, passou mal e uma ambulância que estava no local negou atendimento.
Morador do bairro de Pinheiros, onde fica a Escola Fernão Dias, o músico da banda Cidadão Instigado, Dustan Gallas, criticou Geraldo Alckmin em seu perfil do Facebook. “Governador ruim, elitista, mentiroso e aplaudido pelos batedores de panela do meu bloco. (…) Na cabeça de monstro dele e desses empresários travestidos de políticos de carreira não deve fazer muito sentido ter uma escola em Pinheiros que custe R$ 300 e poucos reais por mêsl”, afirmou Gallas.
Os estudantes estão pedindo apoio da sociedade para fazer vigílias noturnas nos colégios ocupados. Confira o endereço dos colégios.
O movimento está ganhando cada vez mais apoio da sociedade. O ator Pascoal da Conceição, em vídeo gravado para a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), aderiu à campanha e denunciou a ação da privataria educacional no estado de São Paulo. Confira abaixo.
#NÃOFECHEAMINHAESCOLA Diretamente da ocupação na E. E. Fernão Dias o ator Pascoal da Conceição, o Dr. Abobrinha, acaba de dar seu depoimento contra o fechamento das escolas e o sucateamento da educação do estado de SP.
Posted by UPES SP – União Paulista dos Estudantes Secundaristas on Quarta, 11 de novembro de 2015