Analfabetismo cai, mas desigualdade regional salta aos olhos
O caminho a percorrer ainda é longo, mas o Brasil continua progredindo nos indicadores da área de educação. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta pelo IBGE. De acordo com o levantamento, mais crianças estão frequentando a escola e a taxa de analfabetismo no país encolheu. Os números, contudo, ainda refletem uma enorme desigualdade regional.
Publicado 13/11/2015 17:16
A taxa de analfabetismo passou de 8,5% em 2013 para 8,1% da população com 15 anos ou mais no ano passado. A queda vem sendo quase constante de 2001 para cá. A população analfabeta com 15 ou mais anos de idade era de 13,2 milhões no ano passado. Hoje são 100 mil pessoas a menos que não sabem ler e escrever no país.
De acordo com os dados da pesquisa, entre 2001 e 2014, houve uma redução de 4,3 pontos percentuais, o que corresponde a uma redução de 2,5 milhões de analfabetos.
A diferença entre as regiões, porém, permanece muito grande neste quesito. Enquanto no Sul e Sudeste a taxa de analfabetos é de 4,4% e 4,6%, respectivamente, no Nordeste o percentual é de 16,6%, de longe a pior situação no país.
Segundo Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad, o analfabetismo também está concentrado na população de mais de idade. Entretanto, ainda assola as novas gerações, afetando 0,9% de jovens na faixa de 15 a 19 anos e 1,4% na de 20 a 24 anos.
Analfabetismo funcional
A pesquisa também considerou a taxa de analfabetismo funcional – calculada na proporção das pessoas com 15 anos ou mais com menos de 4 anos de estudo em relação ao total de pessoas na população com a mesma faixa etária.
Segundo a Pnad, o analfabetismo funcional passou de 18,1% em 2013 para 17,6% em 2014. A principal redução foi verificada na Região Norte, passando de 21,6% para 20,4%, queda de 1,2 ponto percentual.
A Região Nordeste também manteve-se com a taxa de analfabetismo funcional mais alta no país, 27,7% em 2013 e 27,1% em 2014. As Regiões Sudeste e Sul também continuam a apresentar os indicadores mais baixos, 12,7% e 13,8%, respectivamente.