Convocação de filho de Lula e de ex-ministros é rejeitada por CPI
Os pedidos de convocação de Luís Cláudio Lula da Silva – filho do ex-presidente Lula – e dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra foram rejeitados por unanimidade, nesta quinta-feira (5), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Publicado 05/11/2015 12:19
Os pedidos foram propostos pelo presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que já havia apresentado requerimentos iguais antes, o que gerou reclamação da relatora, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
“É a terceira vez que o requerimento sobre a ex-ministra Erenice é votado. Nas duas vezes anteriores foram rejeitados. São requerimentos com objetivos meramente políticos. O político não pode se sobrepor ao técnico. Nós não vamos desvirtuar os objetivos da CPI”, afirmou a senadora, que também defendeu o filho do presidente Lula.
“Não estou prejulgando, mas uma grande injustiça está em curso. Não há nada que sugira que ele tenha cometido algum crime. Luís Cláudio é apenas dono de uma empresa que recebeu pelo serviço prestado a um escritório envolvido no escândalo de corrupção”, disse.
Ataídes de Oliveira tentou justificar os novos pedidos de oitivas, alegando que “agora, diante de novos fatos da quarta fase da Operação Zelotes, vejo que há fraturas expostas em relação a esses três convocados”.
A Zelotes investiga fraudes nos julgamentos do Carf. No fim de outubro, três empresas do filho do ex-presidente Lula foram alvos de ações de busca e apreensão. Segundo a Polícia Federal, uma delas, a LFT Marketing, teria recebido pagamentos do escritório Marcondes e Mautoni, investigado por ter atuado de forma ilegal no Congresso na aprovação das medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
“Inacreditável e inaceitável”
Os senadores também derrubaram convocação e quebras de sigilo de Carlos Juliano Ribeiro Nardes, sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, o que provocou revolta do senador Randofe Rodrigues (Rede-AP).
“ Inacreditável, inaceitável a não aprovação dos requerimentos relativos a Juliano Nardes. Em relação aos ex-ministros dá até para entender as razões políticas, mas por que não Juliano Nardes?” indagou o senador.
Segundo ele, “pessoas ouvidas pela CPI relataram o envolvimento dele. Dois funcionários da empresa do articulador do esquema estiveram aqui em uma acareação e ambos confirmaram. É um fato objetivo que ocorreu no âmbito da CPI”, reclamou.
A CPI do Carf foi instalada em maio e tem prazo de funcionamento até 18 de dezembro.