Senado colombiano impede participação das Farc em Comissão de Paz

O senado da Colômbia votou, nesta quarta-feira (4), contra o ingresso das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Comissão Legislativa para a Paz. A manobra impede a participação de pessoas não congressistas, isto impede a participação de delegados da guerrilha.

Ivan Márquez - VOAnoticias

O objetivo da Comissão é estudar os projetos e dar força legal aos acordos que o governo e a guerrilha têm firmado em Havana, Cuba, durante os Diálogos de Paz. No entanto, o senado barrou a presença dos guerrilheiros neste mecanismo.

A nova Comissão vai legislar sobre os pactos firmados e terá o poder de encurtar tempos de negociação sempre e quando a população aprove os acordos por meio de referendos. Os senadores anunciaram também que o primeiro referendo sobre o acordo será realizado em dezembro deste ano.

“Sobre o plebiscito, o governo não apresentou nenhuma posição. Há temas que nos agradam, outros que nos parecem inconvenientes, mas o que é certo é que em dezembro deve estar pronto o mecanismo para que os colombianos expressem sua vontade sobre este processo”, afirmou o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo.

Farc criticam manobra do senado

O chefe da Delegação de Paz das Farc, Iván Márquez, expressou seu rechaço à posição do senado colombiano de se negar a aprovar a reforma constitucional para a paz que permitiria o a participação política dos guerrilheiros na Comissão.

Em nome da guerrilha, Márquez qualificou como uma “mesquinhez” a decisão do senado. Já o outro porta-voz, Pastor Alape, afirmou que “a paz não é desmobilizar os insurgentes, é mobilizá-los com força politica ativa, sem a violência do Estado”.

Um dos acordos sobre a Comissão de Paz aprovado pelo Senado, não dá autoridade ao presidente Juan Manuel Santos para designar pessoas que não sejam congressistas para atuarem como membros do mecanismo. O ministro do Interior já adiantou que este ponto da discussão será debatido novamente.