Mídia envolvida na Zelotes explica tímida cobertura da imprensa
A possibilidade de um grande grupo de mídia estar envolvido na Operação Zelotes pode explicar a tímida cobertura dada pela imprensa às investigações e à CPI do Carf. Esta é a opinião da senadora e relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga pagamentos de propina e fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Publicado 03/11/2015 13:49
Em entrevista ao portal Brasil 247, publicada nesta segunda-feira (2), a senadora fez um alerta sobre a mudança de foco nas investigações da Zelotes.
“Esta nova fase da Operação Zelotes mudou de direção ao se afastar dos desvios verificados no âmbito do Carf. Não posso apontar se esta mudança é errada ou não, pois é tarefa da PF investigar todos os aspectos levantados nas investigações, mas acredito ser necessário ter responsabilidade ao se expor empresas ou pessoas físicas sem indícios sólidos”, afirmou.
Nas últimas semanas, a Zelotes passou a investigar um ato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Medida Provisória 471. Segundo Grazziotin, “o que ficou claro até o momento é que a MP 471 não resolveu os problemas que as empresas acusadas tinham no Carf”.
A senadora explicou que a CPI tem “fatos sólidos sobre a prática de algumas empresas e conselheiros do Carf na manipulação de resultados e também nos prejuízos que estas manobras trazem ao povo brasileiro”.
“Também pudemos, pela primeira vez, tratar a fragilidade de nosso sistema tributário e como é desigual o tratamento dos grandes contribuintes em comparação aos pequenos. Nossa desigualdade social se espelha de forma ainda mais perversa na legislação tributária”, completou.
Para Grazziotin, desmontar o esquema montado no Carf “será nosso legado e nossa contribuição ao país”.