Apeoesp: Não é apenas a água que está em colapso, a educação também
Em mais uma tentativa de desmascarar o plano de reestruturação da rede pública, proposto pelo governo Alckmin, que já encaminhou o fechamento de 94 escolas, entidades do movimento social convocaram uma manifestação nesta quinta-feira (29), na capital paulista. Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), 50 mil pessoas participaram do ato. A diretora do sindicado, Francisca Seixas, denuncia as reais intenções privatistas dos tucanos com o plano.
Por Laís Gouveia
Publicado 30/10/2015 13:06
Francisca afirma que, a real intensão do governo Alckmin com a plano de reestruturação, não é a eficiência e a qualidade educacional, como a grande mídia afirma todos os dias, na tentativa de blindar o PSDB. “Há o descompromisso do governo com a educação, saímos da maior greve história da Apeoesp sem nenhuma reinvindicação atendida, agora, no dia 23 de setembro, o governador anuncia esse plano de intensificação do sucateamento. No início de 2014, a secretaria de educação do estado resolveu, pela primeira vez, participar da 3º Conferência Nacional de Educação e criou o Fórum Estadual de Educação, com a participação das entidades do movimento social. O que não foi surpresa, é que o governo, na calada da noite, criou um plano paralelo com 23 metas, e justamente as metas 21,22 e 23 estão contidos os pontos de reestruturação. O projeto do Plano Estadual de Educação se encontra na Assembleia dos Deputados de São Paulo (Alesp), e com muita luta das entidades educacionais, o governo foi obrigado a conceder seis audiências públicas, que estão, nesta momento, tentando retirar os pontos do plano que encaminham a reestruturação”.
O real objetivo do plano de restruturação
A dirigente diz que o real objetivo de Alckmin com o plano de restruturação, é a transferência de responsabilidade, passando, dessa forma, as demandas do ensino básico e fundamental para o município, deixando apenas para o governo estadual a responsabilidade do ensino médio. As consequências dessa transferência serão nocivas para toda sociedade paulista: haverá o inchaço das salas de aulas por consequência do fechamento de salas, professores temporários e funcionários terceirizados serão demitidos, o avanço das parcerias público-privada ocorrerão com maior frequência, os alunos terão que estudar longe de suas residências, haverá o aumento da evasão escolar, principalmente no ensino noturno, com a precarização do EJA, e por fim, com o remanejamento de mais de 1 milhão de estudantes, o governo conquistará seu principal objetivo: O corte de verbas da educação.
Governo Alckmin: Intransigência e todo poder ao setor privado
Francisca alerta para um discurso do governo que cai fácil em contradição, já que Alckmin afirma que o plano é para qualificar a educação no estado. “Esse plano não é uma proposta pedagógica, mas sim projeto de enxugamento da máquina. A população precisa tomar para si o debate educacional, mas o governo impôs a reestruturação de forma totalitária, agindo com intransigência, negligencia e desrespeito com toda a sociedade. Além disso, é muito interessante para o governo do estado, não dar reajuste aos professores, pois, desta forma, o valor da hora aula do estado é o mesmo definidor do salário do professor da escola privada, portanto, o governo beneficia os donos de escolas privadas que continuaram pagando os professores com baixos salários, promovendo, desta forma, o princípio do PSDB: Todos os benefícios ao empresariado e nenhum aos setores públicos”, conclui.