Sé recebe 800 cantores neste domingo para celebrar história de Herzog
Em 1975, seis dias após a morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado nas dependências do DOI-CODI, 8mil pessoas foram à Praça da Sé, em São Paulo, bradar sua raiva pela barbárie cometida pelo totalitarismo em vigor no país desde 1964. O episódio marcou o início da queda do regime da ditadura e da restauração da democracia.
Publicado 25/10/2015 12:58
Quarenta anos depois, a mesma Praça da Sé será palco de várias manifestações para lembrar essa data tão importante na história do país e celebrar a memória de Vladimir Herzog, que continua a representar a democracia e a liberdade de expressão – único caminho para o desenvolvimento de uma nação.
No dia 25 de outubro, a Catedral da Sé receberá um ato inter-religioso pela paz, pela vida e contra a violência. Em seguida, haverá uma performance musical dirigida pelo maestro Martinho Luthero Galati. Antes do ato, a programação começa com um flash mob, que contará com cerca de 800 cantores e 30 corais.
Sob a direção artística e regência do maestro Martinho Luthero Galati, o Coral Luther King segue a tradição de apresentar novos trabalhos no Brasil, desta vez abordando as questões da paz, da vida, dos direitos humanos, da convivência pacífica entre os povos, do sincretismo religioso e da diversidade cultural entre os povos da América Latina.
O evento irá homenagear o jornalista Vladimir Herzog, lembrando os 40 anos do grande ato inter-religioso celebrado em sua memória, em 31 de Outubro de 1975, conduzido por dom Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor James Wright, no qual 8 mil pessoas enfrentaram o medo e o cerco militar para dizer “Basta!” de viva voz. Por sua grandeza e pela imensa participação popular, esse ato constituiu a forte inflexão que deu início à derrocada da ditadura e à construção da democracia brasileira.
Sob a iniciativa do Instituto Vladimir Herzog e da Arquidiocese de São Paulo, o Fórum Coral Paulistano, com o apoio do Projeto Canta São Paulo e do Coro Luther King, sob direção artística do Maestro Martinho Lutero Galati (Maestro do Teatro Municipal de São Paulo), promoverão um ato pela paz e pelos direitos humanos. Será um encontro de artistas cidadãos e de cidadãos artistas. Será um concerto feito de canções de resistência que imortalizaram personagens e fatos da História recente do Brasil e da América Latina. Será uma missa criola, uma prece multicultural, uma oração de todos os homens e de todos os credos, numa só voz.