Dirigentes da UNA-LGBT comentam os desafios da entidade recém-fundada
Neste último sábado (17), após intenso debate com representantes do movimento LGBT de 20 estados, ocorreu a fundação da União Nacional LGBT (UNA). Andrey Lemos e Fernanda Lima, foram eleitos, respectivamente, presidente e vice-presidenta da entidade e contam ao Portal Vermelho quais serão as prioridades da gestão nos próximos três anos. Leia a íntegra da entrevista abaixo:
Por Laís Gouveia
Publicado 22/10/2015 16:50
Andrey afirma que a construção do encontro contou com a presença de lideranças e ativistas LGBT, a maior parte dessas representações vem de partidos políticos, sindicatos, entidades de movimentos estudantis e também de organizações da sociedade civil que já atuavam diretamente no movimento, em defesa de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. “Não foi tarefa fácil escolher uma diretoria que representasse o conjunto do país e dos presentes no encontro, portanto, estabelecemos como critérios, o acúmulo do debate no enfrentamento às LGBTfobias, disponibilidade para a construção e fortalecimento da entidade, articulação com outras frentes de lutas e comprometimento ideológico com a luta pela emancipação da sociedade, compreendendo que precisamos organizar o povo brasileiro para libertar a sociedade de todas as formas de opressão. Analisamos também a representatividade de cada liderança com sua região e população.”
UNA: Unidade e representatividade
O dirigente salienta que a entidade nasce do encontro de lideranças e ativistas. “Mulheres e homens de todas as idades, regiões do país, com diferentes identidades de gênero, que apresentem diferentes orientações da sexualidade ou de papéis sociais, incluindo também as pessoas não binárias ou queers, pessoas físicas ou jurídicas, podem e devem participar da UNA, queremos construir amplamente nossa entidade.”
Andrey afirma que, assim como está inserida na carta de princípios, a entidade tem a tarefa também de lutar contra toda forma de opressão. “Nos solidarizarmos com a luta internacional em defesa da liberdade e igualdade, portanto aprovamos um calendário de mobilizações e lutas que compreende as datas referentes às lutas específicas da população LGBT, luta contra os racismos, em defesa dos direitos humanos, das juventudes, das mulheres, da saúde com equidade, e da visibilidade de lésbicas, mulheres transexuais, homens trans, orgulho LGBT, bem como participar e colaborar com as paradas de LGBT em todo o país.”
Segundo Andrey, o principal desafio posto para a gestão, compreende consolidar e fortalecer a entidade em todo o território nacional. “Pretendemos articular as coordenações estaduais, ampliar as nossas parcerias, defender a democracia e combater o golpe direitista, enfrentar o conservadorismo que avança em nossa sociedade e lutar contra o ódio e a intolerância aos diferentes. Ou seja, muita luta.”
Fernanda Lima, que compõe o Bloco da Diversidade de Pernambuco e foi recém-eleita vice-presidenta da UNA, considera que a entidade já nasce com um caráter de ousadia e compromisso com a sociedade. “Vivemos um momento onde há um retrocesso por parte da bancada da bala, que consegue aprovar as coisas mais bizarras no Congresso, a nossa gestão terá o compromisso enfrentar e pautar de frente qualquer forma de atraso, através da organização da sociedade civil junto em conjunto com o movimento social.”