Mais de sete mil bancários estão em greve no Ceará
A greve dos bancários está consolidada no Ceará e chegou, na última quinta-feira (15/10), ao décimo dia com 390 agências fechadas das 567 existentes no Estado. O número representa quase 70% de adesão e significa que mais de sete mil bancários estão de braços cruzados por uma proposta digna que atenda minimamente os interesses da categoria.
Publicado 16/10/2015 10:13 | Editado 04/03/2020 16:25
Na capital, das 262 agências existentes, 173 estão fechadas, enquanto que no Interior, das 305, 217 seguem paralisadas. O movimento tem 100% de adesão nos bancos públicos (BB, CEF e BNB) e segue crescendo a cada dia nos bancos privados.
“Queremos deixar claro que nossa paralisação não é contra a clientela e sim contra os banqueiros, que lucram absurdamente, mas na hora de negociar com os trabalhadores usam a desculpa da crise para tentar nos impor uma proposta rebaixada”, afirma Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE). Ele completa: “a adesão crescente demonstra a indignação da categoria com as metas abusivas, com o assédio moral e principalmente, com a proposta de 5,5% oferecida pelos banqueiros que não repõe sequer a inflação do período. Enquanto não houver uma proposta digna vamos continuar firmes em defesa dos nossos direitos”.
A Fenaban não faz nova proposta há 20 dias. Após um mês de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, no dia 25 de setembro apresentaram índice de reajuste para a categoria com perda real de 4% o que levou os trabalhadores a essa forte greve.
Comando Nacional reforça necessidade de aumento real
O Comando Nacional dos Bancários se reuniu na última quarta-feira (14), em São Paulo, para avaliar os nove dias de greve. O balanço feito pelos dirigentes de todo o Brasil é que o movimento está melhor a cada dia, com apoio dos clientes e da opinião pública em geral.
Os representantes sindicais ainda reafirmaram que os bancários merecem aumento real, por serem responsáveis pelos altos lucros dos bancos. A expectativa dos trabalhadores é que, com o fortalecimento da greve, os banqueiros retomem a mesa de negociação com uma postura mais respeitosa.
Fonte: SEEB/CE