CPI do Carf quer quebra de sigilos de sobrinho de Augusto Nardes
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Carf deve votar, na próxima semana, o pedido de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Juliano Nardes. Ele é sobrinho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes e está sendo investigado, segundo a relatora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), por suposta participação no processo que envolveu a Rede Brasil Sul (RBS) no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Publicado 15/10/2015 15:51
A CPI realizou nesta quinta-feira (15) uma acareação entre dois ex-funcionários do escritório de advocacia de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf: Gegliane Bessa, ex-assistente administrativo, e Hugo Borges, responsável por diversas funções, entre elas a de motorista.
Gegliane Bessa confirmou que realizou pagamentos em espécie para Juliano Nardes. O sobrinho do ministro do TCU teria, inclusive, reclamado de que "estaria faltando" dinheiro em um dos repasses, segundo contou a ex-funcionária do escritório de advocacia.
Segundo Vanessa Grazziotin, a comissão tem em seus arquivos uma planilha indicando que, apenas em 2010, os repasses do escritório de advocacia para Juliano Nardes representam cerca de R$ 1 milhão. Nas anotações, também aparece a expressão "tio", que Gegliane não soube informar a que contexto se referia.
A ex-funcionária garantiu não ter tido acesso a nenhum contrato de Juliano Nardes com o escritório e não indicou que tipo de serviço ele prestaria.
Vanessa observou que Augusto Nardes era o "real proprietário" da empresa Planalto Soluções, depois repassada a seu sobrinho. Ela disse achar "muito estranho" que quantias vultosas tenham sido pagas a Juliano Nardes em espécie, considerando-se a possibilidade de haver um contrato formal de prestação de serviços.