Candidato à presidência na Argentina confia na democracia brasileira
O candidato à presidência da Argentina apoiado por Cristina Kirchner, Daniel Scioli, foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff na tarde desta terça-feira (13) e disse confiar na democracia brasileira, apesar da atual crise política provocada pelas tentativas de desestabilização da direita.
Publicado 14/10/2015 10:40
Scioli afirmou ser “um fiel defensor” da governabilidade e da institucionalidade dos mandatos vigentes e disse confiar que "as instituições da República, com maturidade, vão atuar com toda responsabilidade".
"Encontrei a presidente muito tranquila e falando muito do futuro. Disse [a ela] que, muitas vezes, também vivemos em nosso país este triângulo midiático, judicial e político que, pela impotência de forças opositoras, de não haver chegado legitimamente ao poder, pelo voto popular, buscam deslegitimar e, logo, atacar aos governos com uma afronta popular".
Após o Supremo Tribunal Federal suspender os efeitos de uma questão de ordem do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre o rito de decisões sobre pedidos de impeachment, Cunha prometeu despachar todas as solicitações até amanhã (14).
O candidato argentino classificou essa decisão como "importante". "Por isso, eu confio que os poderes do Brasil, vão atuar com responsabilidade e a presidente Dilma, na qual confio, vai poder desenvolver seu legítimo governo; em plenitude, suas faculdades constitucionais".
Scioli é candidato da Frente para a Vitória e está à frente nas pesquisas de intenção de voto. O primeiro turno da eleição presidencial argentina vai ocorrer no dia 25 de outubro. Ele é governador da província de Buenos Aires, mas veio encontrar Dilma como candidato à presidência.
Antes da passagem pelo Palácio do Planalto, Scioli reuniu-se com o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, e havia encontrado os chefes de Estado do Chile, Michele Bachelet, e da Bolívia, Evo Morales. O peronista também esteve recentemente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na capital argentina.
Segundo assessores, Scioli veio conversar com Dilma sobre a relação entre Brasil e Argentina e a importância que o candidato pretende dar ao vizinho em sua política externa caso seja eleito presidente.
O principal adversário de Scioli na disputa é o candidato de oposição Maurício Macri, da Frente Cambiemos. A eleição argentina vai marcar o fim de 12 anos de governo da família Kirchner, sob o comando de Néstor Kirchner, morto em 2010, e Cristina Kirchner. O novo presidente argentino tomará posse no dia 10 de dezembro.