Mundo faz progressos na redução da fome; Brasil se destaca
A luta contra a fome no mundo registou "progressos significativos" nos últimos 15 anos, com uma redução global de 27%. O Brasil foi um dos países que mais diminuiu a subnutrição entre os 128 países analisados no estudo do Índex Global sobre Fome (IGF), elaborado pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Políticas Alimentares (IFPRI, na sigla em inglês).
Publicado 13/10/2015 09:17
Entre os nove integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), cinco foram avaliados – Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste.
O Brasil reduziu em cerca de 66% os casos de fome entre 2000 e 2015 e já se encontra entre os países mais próximos de erradicar a fome, com pontuação inferior a 5 no IGF. Os países que estão perto de acabar com a fome ficam com pontuação entre 0 e 7,9.
Segundo os critérios para a definição do IGF, pontuações entre 8 e 13,2 representam níveis baixos ou moderados de fome; entre 13,3 e 19,9, valores médios, e entre 20 e 34,9, são considerados "sérios". Acima de 35 pontos são considerados alarmantes, estando nessa situação o Timor-Leste, que obteve 40,7 pontos.
Angola, juntamente com Ruanda e a Etiópia, registrou uma das maiores quedas na redução da fome, ficando entre 25 e 28 pontos. Os três países mantêm-se, entretanto, em nível "sério", obtendo, segundo os critérios da IFPRI, 32,6 pontos. A Guiné-Bissau (30,3 pontos) e Moçambique (32,5) estão na mesma lista de Angola.
Por regiões, a África Subsaariana (média de 32,2 pontos) e o Sul da Ásia (média de 29,4) mantêm-se como as áreas mais afetadas pela fome, com valores que estão dentro dos parâmetros que o Instituto considera "sérios".
O Sudeste asiático, o Oriente Médio, o Norte da África, a América Latina e as Caraíbas, o Leste da Europa e os Estados independentes da Comunidade Britânica (Commonwealth) registraram valores entre 8 e 13,2 pontos.
Segundo o ranking do IFPRI, 17 países, entre eles o Brasil, obtiveram resultados "notáveis" na redução da fome, baixando em 50% ou mais os percentuais.
Os dados do relatório também mostram que 68 países registraram "progressos consideráveis", com queda entre 25% e 49,9%, e 28 reduziram o Índex Global sobre Fome em menos de 25%.
Apesar de todos os progressos, há ainda 52 países que continuam com níveis de fome que variam entre o "sério" e o "alarmante".
No período de 15 anos, entre 2000 e 2015, a lista dos dez países com maior redução dos níveis de fome inclui três latino-americanos (Brasil, Peru e Venezuela), um da Ásia (Mongólia), quatro antigas repúblicas soviéticas (Azerbaijão, República da Quirguízia, Lituânia e Ucrânia) e dois ex-Estados iugoslavos (Bósnia-Herzegovina e Croácia).
O IGF de 2015 não inclui os resultados de alguns dos países menos desenvolvidos, como Burundi, Comores, Eritreia, Sudão ou Sudão do Sul, entre outros, devido à inexistência de dados. O mesmo ocorre com a República do Congo que não disponibilizou informações. O Congo teve o pior resultado em 2011. A Somália, em crise desde 1991, nunca foi analisada.
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O número de pessoas vivendo em situação de pobreza extrema no Brasil caiu 64% entre 2001 e 2013, passando de 13,6% para 4,9% da população, segundo dados divulgados nesta semana pelo Banco Mundial, durante reunião do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) em Lima, no Peru.