Constrangido, Alckmin revoga o sigilo de documentos do metrô e da CPTM
Assim caminha o escândalo dos trens e metrôs em São Paulo. Ninguém está preso, não se criou uma força-tarefa para investigar o escândalo e nenhum dos suspeitos foi mantido sob constrangimento atrás das grades para ser forçado a assinar um acordo de delação premiada.
Publicado 12/10/2015 12:45
Poderia ser pior: na surdina, o governador Geraldo Alckmin chegou a decretar o sigilo por 25 anos de centenas de documentos do transporte público metropolitano, incluídos arquivos da CPTM e do metrô.
Por causa da decisão, que carimbaria os papéis como ultrassecretos, só em 2040 os paulistas interessados poderiam saber as razões de atrasos e outros problemas ocorridos em obras estaduais. A maioria dos projetos, diga-se, está fora do cronograma inicial previsto.
O governo tucano prometia até 2014 estender a linha de metrô a 100 quilômetros. Atualmente com 87 quilômetros, a rede só deve alcançar esse tamanho em 2018, caso novos obstáculos não surjam pelo caminho. O sigilo durou pouco.
Por pressão do Tribunal de Contas do Estado, que havia dado um prazo de cinco dias para o governador explicar a estranha decisão, Alckmin decidiu rever o “decreo de sigilo”. Fica a dúvida: o que há de tão importante na papelada que merecesse um resguardo tão prolongado?