Esquerda latino-americana está alerta contra planos da direita
Encerrou nesta quarta-feira (30) o 2º Encontro Latino-Americano Progressista (Elap 2015), realizado no Equador. Durante três dias de intenso debate, a esquerda refletiu sobre formas de frear as atuais tentativas de desestabilização dos governos progressistas do continente orquestradas pela direita internacional.
Publicado 01/10/2015 11:33
Na declaração final, firmada por representantes de mais de 60 partidos e movimentos políticos de 30 países menciona, em particular, os casos do Equador, Brasil, El Salvador e Venezuela, onde há alguns meses a direita vem colocando em prática estratégias cujo objetivo é derrubar as autoridades eleitas pelo povo.
O documento foi enfático em defender a Revolução Cidadã – projeto político liderado pelo presidente Rafael Correa desde 2007 no Equador – frente a qualquer ação desestabilizadora que possa, por meio da violência e de vias antidemocráticas, tomar o poder. Destaca também o projeto de lei do Equador que cobra impostos sobre grandes fortunas, desta forma os participantes prometeram aprofundar a discussão sobre a distribuição da riqueza e a igualdade, a fim de impulsionar a justiça social.
O reestabelecimento das relações entre Cuba e Estados Unidos também foi contemplado no documento que exige o fim do bloqueio à ilha e a devolução do território cubano ocupado ilegalmente com a Base Militar de Guantánamo.
Os dirigentes presentes no evento destacaram ainda o avanço nos acordos de paz na Colômbia e impulsionam um diálogo diplomático entre a Venezuela e a Guiana para resolver as atuais diferenças territoriais. Ainda sobre conflitos, o documento reconhece o esforço realizado pelo Equador, atualmente na presidência pro tempore da Celac, no processo de encontrar uma solução para os problemas fronteiriços entre Venezuela e Colômbia.
A esquerda latino-americana apoia também a luta da Argentina pela devolução do território das Malvinas, ocupado pelo Reino Unido; defende a luta pela independência de Porto Rico e denuncia a impunidade que rodeia o caso dos 43 estudantes desaparecidos no México.
Ao final, o documento faz um pedido à ONU para agregar na Agenda 2030 um item relacionado ao livre trânsito de pessoas. Os dirigentes ratificaram a determinação em fortalecer e consolidar o evento anual como um espaço de debate, reflexão e articulação das esquerdas do continente e do mundo.
O presidente Rafael Correa afirmou que a unidade dos povos é a única via para enfrentar a restauração conservadora em marcha na região.