Carina Vitral: Já estivemos, chegaremos lá
Ninguém disse que seria fácil lutar pelo Brasil. Mas a UNE luta e vem lutando há 78 anos, quando foi fundada na Casa do Estudante, no Rio de Janeiro. Ninguém disse que seria fácil brigar por uma educação pública, gratuita e de qualidade para todas e todos, capaz de transformar séculos de opressão e desigualdade social de um país injusto como o nosso.
Por Carina Vitral*
Publicado 01/10/2015 12:04
Contudo, os estudantes brigam, geração após geração. Ninguém disse que seria fácil transformar os sonhos em realidade. Entretanto, é essa a sina do movimento estudantil brasileiro.
A grave crise política e econômica que cresceu sobre o país em 2015, com o cenário desanimador de cortes bilionários na área da educação, ascensão do conservadorismo, ameaça à democracia com manifestações golpistas e odiosas é mais um dos desafios históricos que já se apresentaram à UNE. É mais uma trincheira no trajeto da juventude brasileira que obteve as maiores conquistas e protagonizou as maiores mudanças da nação do último século para cá. Esse não é, para nós, um terreno inédito. Já estivemos aqui, em frente a um grande combate, e mais uma vez chegaremos lá, onde moram as vitórias.
Para tal, no entanto, é necessário unir forças. Foi por isso que a UNE, junto a diversos outros movimentos sociais e grupos progressistas do país, lançou recentemente a Frente Brasil Popular, uma coalizão de defesa da democracia e de construção de uma nova agenda de avanços para o próximo período. Apenas o desenvolvimento econômico e humano, o investimento em políticas e direitos sociais, ajudará o Brasil a reencontrar o seu rumo. Não toleramos ajustes que prejudiquem apenas os que menos têm e mantenham os privilégios e lucros abusivos da minoria favorecida.
Queremos a taxação das grandes fortunas, mudanças na política de juros, mais recursos para a juventude, democratização da universidade, ampliação do ensino, pesquisa e extensão de norte a sul. Queremos barrar a redução da maioridade penal, o financiamento empresarial de campanhas, assim como barrar o avanço do ódio, dos preconceitos, do machismo, racismo e LGBTfobia. Queremos participar cada vez mais da política, mudar a cara do nosso Congresso, levar o povo sempre ao poder, de onde é excluído.
Ninguém disse que seria fácil. Vamos a luta!
*Carina Vitral é presidenta da União Nacional dos Estudantes