Raúl Castro e Barack Obama se encontram na ONU
Em um ambiente "respeitoso e construtivo", os presidentes Barack Obama e Raúl Castro se reuniram nesta terça-feira (29) no salão nobre das Nações Unidas, durante a 70ª Assembleia Geral da ONU. Este foi o segundo encontro oficial que realizam após o ocorrido em abril deste ano, no Panamá.
Publicado 30/09/2015 13:20
Na ocasião, os chefes de Estado trocaram seus pontos de vista sobre a recente visita do Papa a Cuba e aos Estados Unidos, bem como dialogaram sobre temas da agenda bilateral estabelecida entre os dois países, contou nesta terça-feira (29), em entrevista coletiva, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla.
"Os presidentes concordaram sobre a necessidade de continuar trabalhando na agenda bilateral, que inclui áreas de cooperação bilateral mutuamente benéficas e em países terceiros, como Haiti, o desenvolvimento do diálogo sobre questões de interesse bilateral e multilateral e a resolução de questões pendentes entre dois estados ", explicou Rodríguez Parrilla.
Antes do encontro, em seu pronunciamento na ONU, o presidente cubano afirmou que “a normalização das relações com os Estados Unidos será alcançada quando terminar este bloqueio econômico contra Cuba”, disse Raúl.
No mesmo sentindo, o presidente estadunidense, Barack Obama falou dos passos dados por seu país na restauração das relações diplomáticas com Cuba. Obama afirmou que o Congresso inevitavelmente levantará um bloqueio que não deveria estar mais em vigor e que se avançará na medida em que marchem as negociações entre as duas partes.
De acordo Parrilla, Raúl reiterou o seu homólogo norte-americano que para se ter relações normais entre Cuba e os Estados Unidos deve ser levantado o bloqueio, que causa danos e sofrimento ao povo cubano e afeta os interesses dos cidadãos norte-americanos, entre outras questões que são prejudiciais para a soberania nacional.
Segundo o chefe da diplomacia, o presidente cubano afirmou a vontade de construir uma nova relação baseada no respeito e igualdade soberana. Mas, o ritmo do processo no sentido da normalização das relações entre os governos dos Estados Unidos e Cuba dependerá do levantamento do bloqueio, que permanece em aplicação total e completa, disse Parrilla.
Há décadas, Cuba apresenta anualmente na Assembleia-Geral da ONU uma resolução em que demanda o fim do bloqueio. Ao todo, 188 países já se posicionaram pela iniciativa de Havana.
"Como o bloqueio é uma realidade tangível que não mudou, em 27 de outubro a delegação cubana foi à Assembleia Geral da ONU com o projeto intitulado “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”, disse o diplomata. "Enquanto o bloqueio persistir, nós apresentaremos esta resolução", disse ele.
“O bloqueio tem uma dimensão humanitária grave. É uma violação flagrante e sistemática dos direitos humanos de todos os cubanos, e afeta todas as famílias cubanas, até os que vivem fora de Cuba, disse Parrilla.
Sobre o progresso nas relações entre os dois países, o diplomata cubano disse que "devemos aproveitar o tempo, aproveitar as oportunidades para promover o interesse comum dos nossos povos."