Em Assembleia da ONU, Raúl Castro pede o fim do bloqueio a Cuba
O presidente de Cuba, Raúl Castro, exigiu o fim do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba durante sua participação na 70ª sessão da Assembleia geral da ONU, nesta segunda-feira (28). Além do bloqueio, que já causou incontáveis danos econômicos à ilha, Raúl também pediu a devolução do território ocupado ilegalmente pela Base Naval de Guantánamo.
Publicado 29/09/2015 14:03
“A normalização das relações com os Estados unidos será alcançada quando termine este bloqueio econômico contra Cuba”, disse Raúl. Afirmou ainda que, enquanto existir o bloqueio, Cuba vai usar o espaço da Assembleia Geral da ONU para denunciá-lo e evidenciar os prejuízos causados ao povo cubano.
Raúl agradeceu ainda a garra e a coragem do povo da ilha que por todo este tempo tem apoiado as ações da revolução cubana contra as ações intervencionistas dos Estados Unidos.
Apoio aos governos progressistas da América Latina
O presidente cubano reafirmou seu respaldo absoluto aos governos progressistas da América Latina e Caribe e condenou os constantes ataques da ultradireita internacional que age, através das elites conservadoras na região.
“A Venezuela poderá contar sempre com o apoio de Cuba diante das tentativas de desestabilizar e destruir a obra de Hugo Chávez e continuada pelo presidente Nicolás Maduro”, afirmou.
Manifestou ainda seu respaldo à Revolução Cidadã, que o presidente Rafael Correa, colocou em curso no Equador. E parabenizou Cristina Kirchner por sua “incansável luta” contra os denominados fundos abutres e pelo direito da Argentina sobre as Malvinas, ocupadas pelo Reino Unido em 1833.
Raúl condenou a “invasão colonial” sob a qual Puerto Rico está submetida pelos Estados Unidos, ação que tem privado os porto-riquenhos de sua independência e soberania há mais de cem anos. O país caribenho vive sob a dominação política e econômica dos Estados Unidos, de tal forma que nem eleições presidenciais são realizadas. Ou seja, os cidadãos de Porto Rico não votam em eleições presidenciais, mas são governados por Barack Obama.
Direitos Humanos
O presidente cubano lamentou que “desfrutar dos Direitos Humanos” seja uma utopia para milhões de pessoas no mundo quando condenou a continuidade das guerras no Oriente Médio. “Não é possível que diariamente cerca de 17 mil crianças morram de enfermidades curáveis, enquanto que em todo mundo o gasto militar seja de 1.7 trilhão de dólares”.
Nesta terça-feira (29), Raúl Castro se reúne com Barack Obama pela primeira vez logo que foram abertas as embaixadas nos dois países, em julho. Esta ação marcou o reestabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países depois de mais de meio século de ruptura.