Publicado 23/09/2015 16:07
Nesta terça-feira (22), o parlamentar enfatizou que o posicionamento do procurador “se trata de atuação política por parte de um representante do Sistema de Justiça, em flagrante desrespeito aos princípios orientadores do Estado de Direito”. O deputado observa que a mesma conduta foi adotada na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante o julgamento do fim das doações empresariais para campanhas eleitorais.
Na segunda-feira (21), em coletiva à imprensa, o procurador alegou que o objeto das investigações não é a Petrobras. Ele desconfia – já que afirmou não ter “provas concretas” – que se trata de “compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina, criada na Casa Civil durante o governo do ex-presidente Lula”.
“O processo penal serve para investigar condutas cometidas por indivíduos determinados. Mas o que o procurador revela que eles estão fazendo é usar um processo penal para criminalizar apenas um partido e a figura do ex-presidente Lula”, reagiu Pimenta.
Para o deputado, as declarações do procurador põem em xeque os rumos e os resultados da operação Lava Jato: de forma parcial, arbitrária, seletiva, ideológica e direcionada, a peça acusatória da investigação está se transformando numa ferramenta de disputa político-partidária.
“Caçada” ao PT
E lamenta que ao invés de se combater a corrupção de maneira “imparcial, sóbria e profunda” tenha se optado por fazer uma “caçada” ao PT. “Para criminalizar o PT, há quem aceite e faça vista grossa, infelizmente, a todo o tipo de corrupção que envolve outros atores e outros partidos políticos”.
Para o parlamentar, é inaceitável que representantes do Sistema Justiça sustentem que doações para o PT são oriundas de caixa 2 e para o PSDB, de Aécio Neves, são frutos de “generosidade”. “Então se há compra de votos é só em nível federal? É só o PT que está à frente da administração pública no Brasil? E onde o PSDB governa, lá não paira nenhuma desconfiança?”, questiona o parlamentar.
Pimenta lembra que as doações de empreiteiras para campanhas eleitorais não é uma peculiaridade do PT, e que entre as empresas investigadas na Lava Jato há construtoras que fizeram doações muito superiores ao candidato Aécio Neves e ao PSDB.