Espetacularização da Lava Jato eleva desemprego de engenheiros em 42%
Na condição de vítima, a Petrobras se tornou a principal prejudicada das investigações da Operação Lava Jato. Sob a fachada de combate à corrupção, as investigações se transformaram em instrumento de uma campanha de ataque à imagem e às atividades da estatal com o objetivo de promover um desmonte da principal empresa brasileira e uma das maiores do mundo na exploração de petróleo.
Publicado 21/09/2015 15:42
A escancarada exploração política da Lava Jato não atende aos reais anseios da população de combate aos corruptos e corruptores, mas aos interesses da direita conservadora que mira seus ataques no modelo de partilha do pré-sal.
A solidez e força da Petrobras tem conseguido reduzir parte dos efeitos desse ataque. Mas os demais setores que atuam junto com a estatal estão mergulhados na retração.
Segundo a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, a Fisenge, o desemprego no setor dobrou em 2015. De acordo com dados publicados na revista da entidade, Em Movimento, a partir de levantamento feito pela subseção do Dieese, em 2014 a engenharia perdeu 3 mil postos de trabalho. Em 2015, esse número saltou para 7,5 mil somente no primeiro semestre. Um aumento de 42%.
“A operação Lava Jato – que denuncia escândalos na Petrobras – está promovendo um movimento de ataque à nação brasileira. Isso porque em vez de apurar com rigor e responsabilizar as pessoas, a operação está tomando pulso em torno da destruição das empresas brasileiras, das riquezas nacionais e da soberania do país”, denuncia Clovis Francisco do Nascimento Filho, presidente da federação.
“Obras paralisadas em todo o território nacional promovem demissões em massa, estagnação da economia e interrupção de projetos e serviços. Reivindicamos a apuração e a responsabilização dos casos de corrupção, mas não permitiremos que estes fatos abram uma avenida de oportunidades para uma política entreguista e de destruição da engenharia nacional”, enfatizou.
Ainda de acordo com a entidade, a Lava Jato já afetou 30 grandes obras em todo o país, além de grandes projetos da Petrobras, como o complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A Fisenge denuncia que empresas estrangeiras estão assumindo obras públicas, agravando a situação econômica das empresas nacionais.
Diante desse cenário devastador, a federação defende que implantação de uma lei de leniência, que assegure a punição dos gestores e, ao mesmo tempo, a manutenção das atividades das empresas.
“A estagnação das empresas está causando um enorme prejuízo às famílias brasileiras. Não é possível permitir fretamento de navios e construção por empresas estrangeiras quando o Brasil tem total capacidade técnica e competitividade”, Joacir Pedro, diretor da Federação Única dos Petroleiros.