Milhares de manifestantes na Europa pedem generosidade com refugiados

Paris, Londres e Lisboa foram algumas das cidades que realizaram neste sábado (12) manifestações pedindo mais generosidade no tratamento com os milhares de refugiados que chegam à Europa nos últimos meses. Os atos ocorreram pacíficamente. Milhares de pessoas defenderam, no Dia Europeu de Ação pelo Refugiado, e um melhor tratamento no acolhimento dos 430 mil migrantes que, segundo a Orgnização Internacional para as Migrações, chegaram aos países da União Europeia desde o início de 2015. 

Passeata pró refuigiados na Europa - JONATHAN NACKSTRAND / AFP

Em Lisboa, houve também uma manifestação do Partido Nacional Renovador (PNR) contra os migrantes. Na capital portuguesa, cerca de 200 pessoas juntaram-se para defender o acolhimento dos migrantes e seguiram pela Avenida da Liberdade até o Terreiro do Paço, num cortejo acompanhado pelos simpatizantes do PNR e pela polícia, que separou os dois grupos.

Em Londres, os manifestantes exigiam que o governo conservador de David Cameron aumente a generosidade no acolhimento aos refugiados que procuram asilo na União Europeia, em um ato que contou com a presença do novo líder trabalhista, Jeremy Corbon. Cameron anunciou, recentemente, a decisão de acolher mais 20 mil refugiados nos próximos cinco anos, um volume que os manifestantes classificaram de "patético".

Na Dinamarca, cerca de 30 mil as pessoas saíram às ruas na capital e outras centenas se manifestaram em várias cidades do país, que está empenhado em reforçar as leis de imigração e onde, nesta semana, foi suspensa a ligação ferroviária para impedir a passagem dos refugiados.

Na França, o governo, que se comprometeu a acolher 24 mil refugiados no próximo ano, anunciou também a criação de novos campos de alojamento, deixando a divulgação do número exato para um anúncio do primeiro-ministro, Manuel Valls. O governo francês anunciou também um reforço da contribuição para as agências francesas das Nações Unidas envolvendo milhões de refugiados nos países vizinhos da Síria.

A Alemanha já acolheu 450 mil refugiados desde o início do ano. Neste sábado, a cidade alemã de Munique recebeu "pelo menos 10 mil refugiados", segundo informaram as autoridades municipais.

A chanceler Angela Merkel enviou uma mensagem de apoio às mulheres refugiadas que chegam à Alemanha, apelando para que se valorizem, aprendam a língua, não se isolem na família e aproveitem as oportunidades de acolhimento no país.

Portugal receberá 3.074 refugiados, e o primeiro grupo deve chegar em outubro.

Mais de 4 mil migrantes chegaram à Hungria

No total, entraram no país cerca de 4,3 mil pessoas, um número que coloca o dia de sábado como recorde de entrada de migrantes até agora.

Os refugiados que na sua maioria oriundos da Síria, Iraque e Afeganistão, entraram por meio da fronteira de Röszke, onde o Governo hungaro tinha uma barreira de arame farpado e que reforçará com um muro de 4 metros de altura que será concluído brevemente.

Na estação ferroviária de Keleti, na capital hungara, milhares de pessoas continuam à espera para embarcar e seguir até perto da fronteira com a Áustria, país onde os migrantes entram a pé para depois seguir viagem até à Alemanha, o destino preferido da maioria.

Em Nickelsdorf, do lado austríaco da fronteira, chegaram no sábado 6,6 mil pessoas, mas durante a madrugada de hoje a situação foi mais tranquila: Esta manhã havia apenas 40 pessoas à espera para seguir para Viena ou outras cidades austríacas, segundo a agência de notícias espanhola EFE.


Nesta semana, a imagem da cinegrafista húngara Petra Laszlo chutando refugiados no campo de acolhimento de Roszke, gerou repercussão em todo o mundo e alertou para o crescente clima de xenofobia na Europa. A cinegrafista foi demitida e disse não entender o motivo que levou a cometer o ato vergonhoso de violência.